Microplásticos são encontrados no mar da Ilha da Trindade por pesquisadores da Ufes
Foto: Gustavo Zambon

Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) identificaram a presença de microplásticos nas águas da Ilha da Trindade, localizada a cerca de 1.200 quilômetros de Vitória, no oceano Atlântico. O estudo faz parte do projeto “Avaliação da poluição por resíduos de plástico usando diferentes matrizes ambientais em ilha oceânica – Ilha de Trindade/Brasil”, coordenado pelo Laboratório de Biologia Costeira e Análise de Microplástico (LaBCAM).
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Segundo a equipe, em apenas alguns litros de água foram contabilizadas mais de 300 partículas plásticas. O dado mostra que até mesmo áreas remotas e com baixa presença humana sofrem com a contaminação. Além da água, também foram coletadas amostras em sedimentos marinhos e terrestres, em moluscos gastrópodes e em caranguejos nativos, como Johngarthia lagostoma e Grapsus grapsus. Teias de aranha foram utilizadas para avaliar a poluição atmosférica.
A expedição foi realizada em julho, com apoio da Marinha do Brasil por meio do Programa de Pesquisas Científicas na Ilha da Trindade (ProTrindade). Quatro pesquisadores do LaBCAM participaram da missão, que durou dez dias, incluindo transporte e trabalho de campo.
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Atualmente, as amostras estão em fase de processamento para identificar e caracterizar os microplásticos encontrados. O grupo aponta que os fragmentos e filamentos são os tipos mais comuns, especialmente os azuis, que podem estar relacionados ao uso de redes de pesca. Os materiais também estão sendo analisados quanto à cor e composição química, incluindo polímeros como PET, PVC e Nylon, para rastrear sua origem.
O projeto, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com R$ 289,4 mil, é integrado ao Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Metodologias para Análise de Petróleos (LabPetro), ambos vinculados ao Departamento de Química da Ufes.
Os microplásticos são definidos como partículas menores que 0,5 milímetro e estão cada vez mais presentes no meio ambiente e até no corpo humano, sendo encontrados em tecidos como placenta, sêmen e cérebro. Eles podem ser classificados como primários, quando produzidos intencionalmente nesse tamanho para uso em indústrias de cosméticos e limpeza, ou secundários, quando resultam da degradação de plásticos maiores.
Fonte: Ufes
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