Artesanato de Pindoguaba ganha Indicação Geográfica e valoriza tradição do croá no Ceará
Foto: Embrapa Semiarido / Barbara Dantas

O Brasil acaba de ganhar mais um símbolo de identidade cultural reconhecido oficialmente. Foi publicada na Revista da Propriedade Industrial de 14 de outubro a Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), para Pindoguaba, no Ceará — distrito conhecido pela produção artesanal feita a partir das fibras do croá (Neoglaziovia variegata Arr. Cam), uma planta nativa do Nordeste.
Anúncio
Com esse reconhecimento, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) alcança a marca de 155 Indicações Geográficas registradas no país, sendo 114 de Procedência (113 nacionais e uma estrangeira) e 41 Denominações de Origem (31 nacionais e 10 estrangeiras).
O croá é uma planta resistente, de folhas longas e fibras claras e duráveis, encontrada em diversas áreas do sertão e do litoral nordestino. Em Pindoguaba, sua exploração começou na década de 1940, quando o cultivo e o beneficiamento da fibra se tornaram a segunda principal fonte de renda da comunidade, atrás apenas da agricultura. As cordas produzidas com croá eram amplamente utilizadas nas construções de casas de taipa e no uso rural, em cabrestos, mantas e redes.
Anúncio
Após um período de declínio nos anos 1980, a tradição foi resgatada com o apoio do Sebrae, do governo estadual e do grupo Flor do Croá, criado em 2007. A iniciativa devolveu visibilidade à cultura local e consolidou o croá como matéria-prima de um artesanato de alto valor cultural, hoje reconhecido por sua originalidade, qualidade e respeito às práticas sustentáveis de manejo.
O reconhecimento do INPI confirma a reputação conquistada ao longo das décadas: o nome Pindoguaba se tornou sinônimo de arte, resistência e identidade nordestina. O artesanato feito a partir do croá representa não apenas uma herança cultural, mas também uma fonte de renda que valoriza o território e as mãos que mantêm viva essa tradição.
Fonte: INPI
Anúncio
Anúncio