Retirada das tarifas de 40% sobre produtos brasileiros é comemorada por representantes do agro

Foto: Julio Huber

A decisão do governo dos Estados Unidos de retirar 40% das tarifas aplicadas sobre produtos brasileiros promete mudar o rumo das exportações do agronegócio nacional, especialmente do café. O anúncio, aguardado há meses pelo setor, deve ampliar a presença do Brasil em um dos mercados consumidores mais exigentes e competitivos do mundo.

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Segundo entidades representativas da cafeicultura, a medida abre caminho para maior competitividade, agregação de valor e expansão de novos nichos — desde cafés especiais até microlotes produzidos por pequenos e médios produtores.

O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira, destacou que a retirada das tarifas representa “um marco para a relação comercial entre os dois países”.

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“Os Estados Unidos já são o principal comprador de café brasileiro. Com a redução tarifária, ampliamos nossa competitividade e criamos condições para que mais empresas brasileiras possam acessar esse mercado e diversificar seus produtos”, afirmou.

O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, lembra que em outubro as exportações de café para os EUA reduziram mais de 50%. “Estávamos observando uma queda dos cafés brasileiros em todos os blends dos cafés norte-americanos. Isso era grave e poderia ser irreversível. Temos a questão do café solúvel, cujas taxas ainda foram mantidas”, destaca.

O Conselho Nacional do Café (CNC) também comemorou a medida. Para o presidente da entidade, Silas Brasileiro, o impacto será sentido em toda a cadeia produtiva, especialmente entre cafeicultores que enfrentam custos elevados de produção.

“Houve um esforço de negociações entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, e também com as lideranças dos segmentos. Não faltou em nenhum momento o apoio de todas as entidades que trabalham com o café no Brasil, além dos produtores que mostraram como as tarifas estavam afetando os mais de 330 mil produtores em nosso país”, destacou.

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) vê no anúncio uma oportunidade única para ampliar a presença dos cafés especiais brasileiros — segmento que cresce acima da média mundial e que tem forte apelo junto ao consumidor norte-americano.

Especialistas avaliam que a retirada dos 40% das tarifas deve estimular não apenas o aumento das exportações, mas também a entrada de novas empresas no mercado externo, fortalecendo a marca Brasil no cenário global. O Ministério das Relações Exteriores considera o gesto americano um avanço importante nas negociações bilaterais e acredita que a decisão pode abrir portas para futuros acordos setoriais.

Enquanto isso, lideranças do setor reforçam que a competitividade brasileira dependerá também de investimentos contínuos em qualidade, sustentabilidade e inovação — áreas nas quais o café brasileiro já acumula avanços significativos.

Com a mudança tarifária, a expectativa é que o volume exportado cresça já nos próximos meses, fortalecendo a economia rural e ampliando o protagonismo do Brasil no comércio internacional de café.

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