Pesquisa do Sebrae/ES aponta que público 60+ puxa consumo e impulsiona expectativa de vendas no fim de ano
Foto: Sebrae/ES

O consumidor capixaba acima dos 60 anos deve ter papel decisivo no aquecimento das vendas de fim de ano. A nova pesquisa do Sebrae/ES, realizada em parceria com a Qualitest, mostra que esse público concentra o maior orçamento médio entre todas as faixas etárias e mantém um comportamento de compra planejado, fiel ao comércio e voltado para presentear familiares, especialmente netos e filhos.
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Com isso, o grupo 60+ tem potencial para movimentar aproximadamente R$ 472 milhões apenas com a compra de presentes, reforçando o cenário de otimismo para o varejo.
Para o diretor-técnico do Sebrae/ES, Eurípedes Pedrinha, os dados chegam em um momento estratégico. “A economia já começa a aquecer neste final de semana, com o depósito da primeira parcela do 13º para os trabalhadores celetistas e a Black Friday”, afirma. Segundo ele, muitos lojistas já percebem o aumento do fluxo. O estudo indica que o desejo de celebrar é forte: as pessoas pretendem comemorar, viajar, presentear e, principalmente, gastar.
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“Os empreendedores podem aproveitar essas expectativas para investir na divulgação dos seus produtos e em boas promoções, principalmente nos itens de vestuário, acessórios e brinquedos”, disse Eurides Pedrinha.
Além disso, o levantamento aponta um consumidor mais decidido, com intenção firme de manter tradições familiares. A ideia de “não deixar as festas passarem em branco”, aparece com consistência entre os entrevistados.
A pesquisa ouviu 1.200 pessoas em oito municípios do Estado e mostra que 57% dos capixabas pretendem comprar presentes de Natal, com média de cinco itens por consumidor. Filhos, enteados, pais e cônjuges lideram a lista de presenteados.
Entre os itens mais procurados estão roupas e calçados (64,6%), brinquedos (32,3%) e acessórios de vestuário (20,6%). Com base nesses indicadores, o Sebrae/ES estima que as compras de Natal devem movimentar R$ 1,69 bilhão na economia capixaba, resultado impulsionado tanto pela maior intenção de compra quanto pelo crescimento do gasto médio previsto para o período.
Esse movimento é fortalecido por fatores emocionais: a vontade de reunir a família e presentear quem se ama segue como motor importante do consumo. Assim, o aumento das vendas não é apenas reflexo das condições econômicas, mas também do desejo de celebrar com a família.
Empreendedores se antecipam para aproveitar o movimento
Um ponto que chama atenção na pesquisa é a regularidade: mesmo quem pretende gastar menos do que no ano passado ainda demonstra intenção de comprar algo simbólico. Para o varejo, essa combinação exige produtos mais estratégicos, com curadoria e atenção às tendências no comportamento do consumidor.
Outro dado que influencia diretamente o planejamento dos pequenos negócios é a antecipação das compras. Quase metade dos consumidores (44%) já começa a comprar em novembro, motivados pela Black Friday. Outros 20% deixam para a véspera do Natal. Esse ritmo altera toda a dinâmica do comércio.
Com isso, quem organiza estoque, comunicação e promoções ainda em novembro consegue aproveitar o fluxo crescente e distribuir o movimento ao longo das semanas, em vez de concentrá-lo na última hora. Para os pequenos negócios, segundo especialistas do Sebrae/ES, essa antecipação é uma chance de se posicionar antes das grandes lojas. Redes sociais, anúncios locais e vitrines digitais se consolidam como ferramentas de pesquisa importantes.
Um exemplo desse comportamento é o Brinquechó (@brinque.cho), brechó de brinquedos em Jardim Camburi. A proprietária, Viviane dos Santos, já sente o aumento da procura.
“Tenho um faturamento médio de R$ 30 mil por mês atualmente, mas com as festas de fim de ano espero poder vender mais. Para me preparar, estou ampliando o número de fornecedores, oferecendo alguns descontos especiais e opções de parcelamento”, informou.
Segundo ela, os brinquedos mais procurados são justamente os mais caros na versão nova, como pistas da Hot Wheels, bebês Reborn, Barbies e casinhas de boneca. No brechó, eles saem por um preço mais acessível.
A experiência do Brinquechó ilustra uma tendência crescente: a busca por alternativas que conciliem qualidade, preço e propósito. Produtos usados em bom estado, itens artesanais e pequenos fabricantes locais têm ganhado espaço por entregarem valor além do preço. Para muitas famílias, isso permite comprar mais gastando menos, sem abrir mão do que as crianças desejam.
Mais celebrações, mais consumo
Outro elemento que se destaca no estudo é a força das lojas físicas. Mesmo com o avanço dos marketplaces, o capixaba ainda prefere ver o produto de perto e confiar no atendimento presencial. Entre os consumidores mais velhos, esse comportamento é ainda mais evidente, reforçando o papel do comércio de bairro.
A forma de pagamento também revela mudanças: o Pix consolidou-se como símbolo de agilidade. A preferência pela transferência instantânea atende tanto ao cliente, que busca praticidade, quanto ao empreendedor, que reduz custos e agiliza o atendimento em um período de fluxo intenso.
TURISMO – O desejo de celebrar, por sua vez, amplia o impacto. com mais pessoas planejando comemorar tanto o Natal quanto o Ano Novo, cresce o movimento em setores como alimentação, turismo e vestuário. A vontade de estar junto, ajudar a quem quer viajar dentro do próprio Estado, movimentando o turismo local.
E os capixabas têm priorizado boas experiências, serviços de qualidade e alternativas acessíveis na hora de escolher para onde ir. E isso tudo é consumidor com desejo de celebrar, disposto a gastar de forma consciente e atento a ofertas que tragam bom custo-benefício
Para os empreendedores, o recado é que quem entender esse comportamento agora tem mais chances de se destacar em dezembro. E, apesar das diferenças entre faixas etárias, perfis e realidades, o que une os capixabas neste fim de ano é justamente o espírito de retomada. Um movimento que favorece o comércio, impulsiona pequenos negócios e reforça o ambiente de otimismo na economia local.
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