Mercado de máquinas projeta crescimento até 2027

O mercado brasileiro de máquinas e equipamentos segue com projeções positivas para os próximos anos. Segundo o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos, 61% das construtoras, locadoras, empresas de serviços e dealers acreditam que o setor crescerá em 2026. Para 2027, o índice sobe para 63%, reforçando o clima de confiança no cenário pós-eleições.
O coordenador do Estudo de Mercado, Mario Miranda, destacou que a percepção de retração diminui à medida que as projeções avançam. Em 2025, 33% dos entrevistados ainda estimam queda, mas o número cai para 13% em 2026 e apenas 9% em 2027. Os dados foram apresentados durante a 20ª edição do Tendências no Mercado da Construção, realizada em 2 de dezembro.
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Na abertura do evento, o presidente da Associação Brasileira de Tecnologia e Gestão de Equipamentos (Sobratema), Afonso Mamede, anunciou a nova denominação da entidade, que passa a ampliar seu diálogo com setores como agronegócio, logística, energia, gestão pública e florestal. Segundo ele, o objetivo é fortalecer a integração entre cadeias produtivas e promover inovação.
A pesquisa mostra que 68% das construtoras, locadoras e empresas de serviços tiveram em 2025 um desempenho igual ou superior ao de 2024. Além disso, 57% alcançaram ou superaram as metas do ano. Entre os dealers, 44% esperam estabilidade ou crescimento até dezembro.
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O diretor de Obras da Jofege Pavimentação e Construção, Lucas Novaes, afirmou que 2025 foi um ano de produtividade e renovação de frota, mas destacou o desafio da falta de mão de obra qualificada, que impacta diretamente a performance dos equipamentos.
Os dados também apontam que 27% das empresas investiram na compra de máquinas, 22% venderam equipamentos usados e 13% contrataram locadoras. O mercado de seminovos se destacou, especialmente no segmento de retroescavadeiras. O head de Operações do Maquinalista, Jonathan Pedro Butzke, explica que os usados apresentam risco menor, boa produtividade e preços competitivos, o que os torna muito atrativos.
Sobre financiamento, 38% das aquisições foram feitas com capital próprio; as demais ocorreram via CDC (18%), Finame (13%) e leasing financeiro (8%). A maior parte das operações foi realizada por bancos comerciais, responsáveis por 74% dos financiamentos. Para o economista sênior do Banco Bradesco, Rafael Murrer, a inflação controlada e o câmbio estável abrem espaço para cortes na Selic, que pode chegar próxima de 12% em 2026.
A Sobratema projeta estabilidade para as vendas de 2026, com crescimento de 1% para a linha amarela e queda de 1% no mercado total. Nos últimos cinco anos, a média anual foi de 34,7 mil máquinas comercializadas. As três principais categorias — retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas e pás-carregadeiras — devem manter vendas estáveis e representam cerca de 70% do setor.
O responsável pela estratégia comercial de tecnologias da Caterpillar para a América Latina, Denis Caetano, avalia que os miniequipamentos continuam ganhando espaço. As minicarregadeiras, por exemplo, têm previsão de alta de 21% nas vendas em 2025.
Segundo o coordenador do Estudo de Mercado, Mario Miranda, desde 2021 o mercado vem crescendo de forma sustentável, com média de 56 mil máquinas comercializadas. Ele afirma que há espaço para expansão em infraestrutura, mineração, agronegócio, florestal e obras públicas.
O gerente de Marketing da divisão de Construção da John Deere para a América Latina, Thomas Spana, lembra que 2022 registrou um pico de vendas impulsionado pelo agronegócio, e que essa sazonalidade pode se repetir conforme os ciclos de investimento.
Fonte: Mecânica Comunicação Estratégica
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