Produtores rurais recebem apoio técnico da Ufes para geração de renda em assentamentos

Produtores rurais contemplados com projetos de reforma agrária estão recebendo apoio técnico da Ufes para viabilizar o acesso às melhores técnicas de manejo de seus cultivos. Oito assentamentos, localizados em quatro estados da região Nordeste, estão sendo assistidos por profissionais contratados pela Universidade dentro do Programa Produzir Brasil, que, em breve, deverá ser estendido para a região norte do Espírito Santo.

O Produzir Brasil é uma iniciativa que mobiliza órgãos do governo federal e apoios dos estados e municípios com o objetivo de levar prosperidade para os agricultores assentados, reduzir a dependência de ações diretas do Estado e melhorar a qualidade de vida das famílias, incorporando suas atividades às cadeias de valor regionais.

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Inicialmente, a Universidade foi demandada para fazer a gestão de assentamentos localizados em quatro estados: Ceará, Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte, dentro de um projeto-piloto. “A Ufes acompanhou dois assentamentos em cada um desses estados. Enviamos pessoal para identificar como poderíamos ajudar o assentado a fazer uma ligação com os empreendedores no entorno do assentamento, que estão interessados em comprar sua produção, gerando valor dentro da cadeia produtiva”, explica a professora do Departamento de Ciências Biológicas Diolina Silva.

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O pesquisador de campo da Ufes que acompanhou o trabalho em dois assentamentos no Ceará, Nedilson Maciel, relata que foi feito um levantamento sobre cada unidade, reunindo informações sobre a propriedade. Foram propostas aos assentados três culturas: pitaia (foto ao lado), leite e mel. “Tentamos apresentar diversas cadeias produtivas às famílias para que cada agricultor decidisse qual seria a melhor ou as melhores para cada um, em razão de seus potenciais. Não houve imposição, os produtores em assembleia decidiram o que gostariam de produzir”, explica. Em cada assentamento vivem entre 70 e 130 famílias.

PROGRAMA AGRONORDESTE – Além do Produzir Brasil, a Ufes também participa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Agropecuário no Nordeste (AgroNordeste). Criado em 2019, o AgroNordeste é uma proposta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para utilizar a agropecuária como instrumento de transformação econômica e social sustentável no ambiente rural do Nordeste, com foco nos pequenos e médios agricultores familiares do semiárido, incluindo o norte do Espírito Santo.

O principal componente do AgroNordeste é o desenvolvimento de oportunidades econômicas, identificando e promovendo cadeias produtivas, mediante o incremento da competitividade e a melhoria das atividades de produção e de comercialização. Sua função é fomentar a implantação dos chamados Arranjos Produtivos Locais (APL) – aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, especializados em determinadas culturas e conectados a outros atores locais, tais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

No Espírito Santo, foram escolhidos 16 municípios para compor o Território Meio-Norte Capixaba. Conforme a professora Diolina Silva, a região tem características particulares, como altas temperaturas e restrições de recursos naturais, porém possui a agropecuária como atividade ambientalmente viável e socioeconomicamente relevante.

A Ufes foi contratada, por meio da Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest), para gerenciar a aplicação de três cadeias produtivas a serem implementadas pelo Mapa em terras capixabas: pimenta-do-reino, pimenta-rosa (aroeira) e café conilon. Os recursos, nessa etapa, giram em torno de R$ 2,9 milhões.

Destaca-se que, além do aspecto produtivo, os projetos realizados pela Ufes (tanto no Produzir Brasil quanto no AgroNordeste) auxiliam os assentados a conseguir a titulação de suas propriedades, condicionada ao manejo socioambientalmente sustentável.

Além disso, há a expectativa de que os projetos sejam expandidos a partir de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Os projetos-pilotos que estamos fazendo agora vão servir de referência para que o Mapa possa submeter uma proposta de financiamento ao BID, que pode chegar ao valor de US$ 230 milhões”, explica o professor e presidente do Conselho de Administração da Fest, Geraldo Sisquini. No total, cerca de 30 mil assentados podem ser beneficiados pelos recursos na região da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que, além dos nove estados nordestinos, abrange o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Fonte: Ufes

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