A contribuição das agtechs na agenda ESG: promovendo sustentabilidade no agro

Tatiana Fiuza atua há mais de 18 anos com ciência, tecnologia e inovação. Mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia, e mestre em Geografia.
É head de inovação do hub Cocriagro e, também, founder da consultoria Vlinder, onde atua na construção de Sistemas de Gestão da Inovação. Implantadora da ISO 56002 de Sistemas de Gestão da Inovação.

A integração das questões ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês) tem se tornado cada vez mais relevante no cenário empresarial global e é uma cobrança constante em relação ao agronegócio brasileiro. Nesse cenário, as agtechs desempenham um papel fundamental na promoção da sustentabilidade e no avanço da agenda ESG.

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A questão ambiental é a mais latente na produção agropecuária e as inovações tecnológicas propostas pelas startups podem promover o uso eficiente de recursos naturais como água e energia e também de insumos. Há ainda a implementação da agricultura de precisão e digital, quando com sensores, drones e análise de dados ajudam os produtores a monitorar e gerenciar suas fazendas de forma mais precisa, reduzindo o uso de defensivos e fertilizantes e maximizando a produtividade.

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Há ainda agtechs que promovem práticas agrícolas regenerativas, como polinização assistida e produção de insumos biológicos. Em relação ao pilar social, as agtechs criam oportunidades para pequenos e médios produtores e cooperativas, fornecendo acesso a tecnologias e informações que antes não estavam disponíveis. Também promovem melhorias nas condições de trabalho por meio de
automação e tecnologias de monitoramento.

Na governança, as novas tecnologias oferecem transparência nos processos e rastreabilidade, fornecendo informações precisas sobre origem, qualidade e impacto ambiental dos alimentos. Além disso, auxiliam os produtores na gestão eficiente de suas operações e promovem o engajamento de todas as partes interessadas.

No Cocriagro, hub de inovação localizado em Londrina (PR), mais da metade das 42 startups do ecossistema têm soluções voltadas aos princípios ESG que vão desde insumos biológicos, drones, telemetria, tratamento de sementes a sensores de automação de irrigação. As agtechs desempenham papel fundamental na transformação do agronegócio em direção a práticas mais sustentáveis e alinhadas com os princípios ESG. Com sua capacidade de inovação tecnológica e foco na eficiência e responsabilidade social, estão impulsionando a transição para um sistema agropecuário mais consciente e responsável de seu papel na sociedade e no mundo.

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