O Brasil nunca precisou tanto do espírito cooperativista como agora. Somos Coop!
Foto: Freepik

*José Luiz Tejon
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No último sábado (5) foi celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo. E como o Brasil, e o mundo, está precisando da filosofia e do espírito cooperativista para enfrentarmos a divisão, a polarização e a guerra de “vitimizações” que assola o país com uns culpando os outros.
A Organização das Nações Unidas (ONU) determinou 2025 como o Ano Internacional do Cooperativismo. A razão é notória. Para atender os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável planetário o crescimento das cooperativas é fundamental. As estatísticas revelam a superioridade do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) onde existe cooperativismo.
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Reunimos hoje cerca de 27 milhões de associados, com um movimento financeiro na casa de R$ 700 bilhões. Ou seja, o sistema cooperativista reunido nos seus oito setores: agropecuária, crédito, consumo, infraestrutura, saúde, trabalho, transporte e recentemente seguro, representa a maior empresa brasileira, com o maior número de acionistas e donos, pois numa cooperativa os cooperados são associados.
Como curiosidade, o município brasileiro com maior número de cooperativas é a cidade de São Paulo, pois envolve diversos setores como reciclagem, transportes, taxis como vermelho e branco, por exemplo, cooperativas do trabalho, educação, serviços.
O modelo cooperativista nasceu das dificuldades, de momentos duros de sofrimento humano, como na revolução industrial na Inglaterra no ano de 1844, e Rochdale com 30 artesãos desempregados. No Brasil, em 1902, em Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, com o padre jesuíta Amstad, que criou a primeira cooperativa de crédito.
No agronegócio as cooperativas significam cerca de 55% de tudo o que produzimos, e contam com mais de 1 milhão de agricultores cooperados, 70% da agricultura familiar.
O cooperativismo tem filosofias fortes de educação, de ativar a prosperidade de todos os cooperados, suas famílias e da sociedade no seu entorno. Cooperativismo tem regras exigentes de compliance onde o curto prazo jamais estará à frente da segurança das decisões de longo prazo. Um exemplo de elevada dignidade de reunir seres humanos num sistema social, ambiental e exemplar como democracia.
Os líderes cooperativistas, como menciona um dos mais notáveis líderes do cooperativismo mundial Roberto Rodrigues, que já presidiu a Aliança das Cooperativas Internacional em Bruxelas, e hoje é embaixador do Cooperativismo na FAO, e o organizador do agro para a COP-30, na sua fala: “líderes cooperativistas merecem um Nobel da Paz”.
Em nome do presidente da OCB, Márcio Lopes, e da superintendente da Organização das Cooperativas do Brasil, Tânia Zanella, envio um abraço a todos os líderes das 4.500 cooperativas do Brasil, e que as lideranças políticas se inspirem neles.
E, aqui, no Espírito Santo, abraços ao presidente do Sistema OCB do Espírito Santo (OCB/ES) e do Conselho Administrativo do Sescoop/ES, Pedro Scarpi Melhorim.
Viva o Ano e o Dia Internacional do Cooperativismo. As cooperativas serão do tamanho do Brasil e o Brasil será do tamanho de sua cooperação. Que os líderes políticos sejam cada vez mais “coop”, pois é na cooperação que os justos e a justiça se reúnem.
Somos Coop, por um Brasil Coop!
*José Luiz Tejon é doutor em Educação pela Universidad de La Empresa/Uruguai, mestre em Educação Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie, jornalista e publicitário, com especializações em Harvard, MIT e PACE/USA e Insead na França. Colunista da Rádio Eldorado e Estadão On-line, autor e coautor de 37 livros. Coordenador acadêmico de Master Science Food & Agribusiness Management pela Audencia em Nantes/França e FECAP/Brasil. Sócio Diretor da Biomarketing e da TCA International. Profissional Head Agro Anefac. Prêmio Personalidade Agro ABAG 2023. Ex-diretor do Grupo Estadão, da Agroceres e da Jacto S/A.
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