Avança construção de hidrelétricas de pequeno porte no Sul do Brasil

Na última semana o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, inaugurou, junto com o presidente da República Jair Bolsonaro, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Bedim, em Renascença, no Sudoeste do Paraná. O empreendimento, erguido na junção dos rios Santana e Marmeleiro, tem capacidade para a produção de 6 Megawatts (MW) de energia – potência para suficiente para abastecer até 12.500 residências.

Segundo o governador, o Paraná está trabalhando para agilizar a instalação de pequenas usinas. Ratinho Junior destacou que 48 empreendimentos foram liberados desde 2019, quando do início de seu governo Ele reforçou que os processos de liberação são feitos com todo o rigor legal, mas com a celeridade que os empreendedores precisam.

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“Essa PCH tem uma importância simbólica. Em duas décadas eram 21 PCHs liberadas no Paraná. Em um pouco mais de um ano e meio, mais de 40. Esse é modelo de geração de energia do Brasil”, ressaltou Ratinho Junior. “O segredo é ter uma equipe afinada, com o compromisso de ser eficiente e dar velocidade ao processo sem deixar de ser rígido com as exigências ambientais”, disse.

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A inauguração é motivo de comemoração para todo o setor. Segundo o ex-presidente da COPEL DISTRIBUIÇÃO, Ivo Pugnaloni, diretor da ENERCONS, o fato de que os dois dirigentes políticos tenham valorizado as pequenas hidrelétricas como grandes protetoras do meio ambiente, ao contrário do que dizem organizações estrangeiras, subsidiadas em seus orçamentos por empresas do setor petroleiro, que abastecem termoelétricas movidas a óleo diesel, marca um momento importante para todo o setor.

“As hidrelétricas são as únicas que são obrigadas por lei a criar áreas de preservação permanente, monitorar a qualidade da água, a evolução da fauna e da flora, limpar a agua de resíduos.

A conversa fiada de quem recebe ajuda de empresas que vendem óleo diesel para gerar energia e usam seu poder para falar mal das hidrelétricas estava precisando ser contestada. E estava mais do que na hora de alguém ter coragem de dizer isso na esfera política. De alto e bom som. Sem medo do discursinho fácil dos que se aproveitam do desconhecimento que é muito grande sobre esse setor”.

Pugnaloni ressaltou que em seus 44 anos como engenheiro eletricista já teve provas da falta de informação sobre as PCHs que, para ele, foram “demonizadas” por alguns formadores de opinião. “Já encontrei muitas pessoas que, graças a notícias catastrofistas, sem nenhuma base científica, levadas apenas pela emoção, achavam que as hidrelétricas, ao gerar energia, acabavam com a água, consumindo-a dentro de suas turbinas como se fossem drenadas para algum buraco negro, no fundo da terra. Tudo mentira, tudo apenas desinformação baseada em concorrência desleal”, comentou.

Para o executivo, as energias renováveis com as PCHs, CGHs, eólicas e à biomassa são a vocação energética do Paraná por três grandes motivos. “Primeiramente, por razões geográficas, porque temos três planaltos em sequência que funcionam ao mesmo tempo como verdadeiras bacias acumuladoras de água e excelentes locais de vento, como em Palmas, onde estamos a 1250 metros de altitude, Cascavel e Toledo.

Em segundo, por termos menores perdas elétricas ao transportarmos a energia que geramos, pois estamos ao lado do sub mercado sudeste, onde está o centro de carga do Brasil. Em terceiro lugar por razões econômicas, por termos a indústria madeireira, florestal, de álcool que gera bagaço, construção civil e equipamentos das mais desenvolvidas no Brasil.

Além é claro de toda a experiência de engenharia que nossas empresas, famosas em todo o Brasil, acumularam nesses 50 anos desde a construção de Itaipu e das usinas do Iguaçu pela nossa COPEL”, afirmou o diretor da ENERCONS, empresa que também participou do desenvolvimento dos projetos eólicos de Palmas.

“Não podemos esquecer que em Jaraguá do Sul (SC), aqui perto, temos uma fábrica de aero geradores que já forneceu para a COPEL e que, em Curitiba, temos um fabricante de torres de aço que já forneceu para a GE, no Ceará.

Ou seja, nós que trabalhamos com renováveis geramos empregos aqui mesmo, em Xanxerê, Chapecó, Prudentópolis, Pato Branco, em Francisco Beltrão e São José dos Pinhais. Não lá longe, do outro lado do mundo. Além disso, nunca podemos esquecer que as eólicas, PCHs, CGHs e biomassa geram energia durante 24 horas e não apenas durante pequena parte do dia”, agregou.

Quanto aos tributos, Ivo Pugnaloni diz que com as PEC 27 e 46, o ICMS sobre a energia será cobrado no Estado gerador e fica claro porque os governadores do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás, estão buscando remover barreiras nos processos ambientais e de financiamento.

“Apoio para os geradores dos estados do sul vai vir quando as bancadas daqui  em parceria com as bancadas dos estados do Nordeste, que agora são geradores eólicos, aprovarem essa mudança que irá trazer para seus estados os benefícios hoje usufruídos apenas por São Paulo, Rio e Minas, que são os maiores consumidores”, concluiu.

Fonte: Lide Multimídea

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