Igreja Cristã Maranata reafirma missão profética e alcance global em encontro que reuniu milhares de fiéis

Fotos: Bruno Caetano

Texto: Bruno Caetano

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A Igreja Cristã Maranata (ICM) reuniu mais de 2.500 pessoas, além de autoridades e lideranças espirituais para a quinta edição do encontro evangelístico “Trombetas e Festas”, realizado no Maanaim de Carapina, na Serra, Região Metropolitana do Espírito Santo. A celebração, marcada por momentos de comoção, música e ensino bíblico, reforçou a vocação missionária da igreja e trouxe um único alerta central: a proximidade da volta do Senhor Jesus Cristo.

A ICM mantém hoje vínculos espirituais com mais de 100 países e conta com uma estrutura de comunicação que inclui a Rádio e a TV Maanaim. Nesta edição, realizada no último sábado (29), além dos participantes que estiveram presentes no Maanaim, a transmissão ao vivo alcançou mais de 5.000 igrejas no Brasil e no exterior, com tradução simultânea para 10 idiomas, além de LIBRAS. O potencial de alcance global é de milhões de pessoas.

“Vivemos dias difíceis, mas isso não apaga nossa esperança. Pelo contrário: quanto mais o mundo se agita, percebemos que as Escrituras estão se cumprindo. E essa convicção nos enche de alegria, porque sabemos que Jesus voltará em breve”, afirmou o presidente da Igreja Maranata, o pastor Alexandre Gueiros.

O SIGNIFICADO – Quando o coral e a orquestra, formados por 500 músicos, se posicionaram e a mensagem inicial começou, o ambiente no Maanaim ganhou um tom de solenidade. O presidente da ICM, pastor Alexandre Gueiros, conduziu os presentes a uma reflexão. Ele retomou as tradições do Velho Testamento para mostrar como as antigas festas bíblicas revelam, para os dias atuais, um significado espiritual que fala diretamente às inquietações do mundo contemporâneo.

Alexandre explicou que a Páscoa, as Primícias e o Pentecostes não eram apenas celebrações históricas realizadas pelo povo de Israel, mas figuras proféticas que apontavam para a obra redentora de Jesus Cristo e para o caminho que a igreja percorreria ao longo dos séculos.

“Cada uma dessas festas era como um marco no plano de Deus. O povo vivia o ritual, mas não compreendia plenamente o conteúdo espiritual que estava por trás dele. Hoje, a igreja olha para essas mesmas festas e enxerga o cumprimento das promessas”, afirmou.

O pastor destacou que a escolha do nome “Trombetas e Festas” não é decorativa, mas carrega um chamado claro à preparação espiritual. Segundo ele, as trombetas na Bíblia sempre anunciaram algo decisivo, seja um alerta, uma convocação ou um momento de revelação.

O alerta que ecoa ao mundo

A segunda mensagem da noite levou os fiéis a um mergulho ainda mais profundo no aspecto profético do encontro. O pastor Gerson Beluci, coordenador da Igreja Cristã Maranata na Europa, explicou que o evento não é apenas uma celebração, mas uma convocação espiritual global.

Ele afirmou que as trombetas mencionadas no livro de Apocalipse simbolizam acontecimentos que já podem ser observados no cenário internacional, despertando a necessidade de vigilância e discernimento. “As trombetas não são metáforas distantes, são sinais que se manifestam diante dos nossos olhos. O mundo inteiro sente que algo está mudando, a Bíblia apenas nos mostra o que está por trás disso”, destacou.

Gerson Beluci falou também sobre o impacto mundial das transmissões, e ressaltou o alcance expressivo que o evento vem conquistando ano após ano. Segundo ele, levar a mensagem para mais de 100 países, em diferentes idiomas e culturas, é uma responsabilidade espiritual que transcende fronteiras e exige preparo técnico e reverência.

“Quando dizemos que alcançamos esse número expressivo de pessoas, não estamos falando de um número vazio. Estamos falando de vidas reais, de famílias que nos assistem em igrejas, de jovens conectados pelo celular, de irmãos que assistem escondidos em países onde a Bíblia é proibida. Essa obra global é um aviso para o mundo inteiro: o tempo profético está diante de nós”, declarou.

Fiéis fazem trabalhos voluntários

Esse movimento se traduz na vida prática dos fiéis. Marlene Firmino, 54 anos, de Cariacica, integra há mais de duas décadas a equipe de apoio do Maanaim. Ela conta que, para os voluntários, cada edição do evento é vivida como uma missão espiritual.

“Quando a gente se doa aqui, não está só fazendo um simples trabalho. Estamos ajudando para que a mensagem chegue sem interrupções a quem precisa ouvi-la. Cada detalhe importa, porque sabemos que pode tocar alguém do outro lado do mundo”, conta.

Marlene relata que o que a move é o propósito e não a obrigação. Muitos chegam antes do amanhecer e só vão embora no fim da noite, mantendo a dedicação como uma forma de culto. A cada transmissão, ela sente que está contribuindo para algo maior do que pode ver.

“Nós sentimos isso aqui dentro, você percebe que faz parte de algo que não se limita a um lugar, mas que alcança povos que nunca veremos. É isso que nos move: saber que Deus usa o pouco que fazemos para falar com alguém distante”, afirmou.

Reconhecimento das autoridades

O evento também reuniu importantes autoridades capixabas, fortalecendo o peso institucional da programação. Entre os presentes estavam o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; o vice-governador, Ricardo Ferraço; o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini; o presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, deputado estadual Marcelo Santos; além de outras lideranças políticas e comunitárias que fizeram questão de acompanhar o encontro.

Ao falar ao público, o governador Renato Casagrande destacou o papel social do evento e a relevância do trabalho realizado. Ele pontuou que iniciativas como essa aproximam o Estado da população, promovendo acolhimento, espiritualidade e cidadania.

Para o governador, a união entre governo, comunidade e instituições religiosas cria um ambiente propício para o desenvolvimento humano: “Quando vemos tanta gente reunida em paz, fé e solidariedade, enxergamos o melhor do Espírito Santo”, afirmou.

O prefeito da Serra, Weverson Meireles, também enfatizou a importância de sediar mais uma edição do encontro. Segundo ele, o evento fortalece o sentimento de pertencimento e demonstra a capacidade da cidade de receber grandes programações. “A Serra tem orgulho de acolher um momento que reúne famílias, gera movimento para o município e fortalece valores que fazem parte da história do nosso povo”, disse o prefeito.

As demais autoridades presentes reforçaram a mensagem de unidade e cooperação entre as instituições capixabas. Representantes da Assembleia Legislativa, do Governo do Estado e de prefeituras vizinhas parabenizaram a organização e destacaram que momentos como esse renovam o compromisso público com políticas que valorizem e apoie a comunidade.

Um encontro que marca vidas

Entre os milhares de participantes, a presença de jovens de diferentes regiões chamou atenção pelo entusiasmo e pela disposição em viver cada parte da programação. Vitória Helmer, de 22 anos, e o irmão, Esdras Helmer, de 16, vieram de Viana para o evento e representam uma nova geração que cresce dentro da Igreja Cristã Maranata. Para eles, estar no encontro não significou protagonismo, mas pertencimento.

Vitória descreveu que participar de um evento dessa dimensão reforça aquilo que ela aprendeu desde a infância. “A juventude encontra aqui um lugar para crescer na fé. Quando a gente chega e vê pessoas de todas as idades buscando a mesma direção, a gente entende que faz parte dessa obra”, afirmou.

Para o irmão Esdras, ainda em início de caminhada, a experiência trouxe motivação. “É diferente do que ver pela transmissão. Aqui a gente sente que Deus fala com cada um”, diz.

Do lado do coral, a atmosfera também era marcada por emoção. Entre as centenas de vozes que preencheram o Maanaim, a cariaciquense Elaine da Silva, 40 anos, contou que cantar naquele encontro trouxe uma sensação de pertencimento. “Quando começamos a louvar, é como se tudo ao redor se alinhasse para aquilo que Deus quer realizar. É um momento muito especial. A gente sente que está participando de algo que toca vidas”, descreveu.

Essa dimensão coletiva também reflete a própria história da Igreja Cristã Maranata, fundada em 1968 e marcada por um percurso que começou pequeno, em Vila Velha, e hoje alcança mais de 100 países.

A trajetória da denominação é feita de encontros como este: momentos que unem doutrina, revelação, comunhão e a expectativa da volta do Senhor Jesus. Ao longo dos anos, a ICM consolidou uma identidade missionária que permanece viva, e que continua a envolver novas gerações sem romper seus fundamentos espirituais.