Indústria extrativa do Espírito Santo cresce 48%

Foto: Freepik

A produção da indústria extrativa capixaba cresceu 48% em agosto deste ano na comparação com agosto do ano passado, enquanto, no Brasil, a queda foi de 2,7%. Com o resultado positivo, o Espírito Santo registra a sétima alta consecutiva no segmento, assim como o seu melhor desempenho desde julho de 2010 (59,3%).

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Os responsáveis pelo bom desempenho capixaba, ao longo dos meses, foram as produções de petróleo, gás natural e pelotas de minério de ferro. Os dados foram compilados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e fazem parte da pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, divulgada na última terça-feira (10/10).

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De acordo com eles, a produção de todos os setores da indústria capixaba também cresceu (26,3%) em agosto deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022. Já a indústria nacional variou 0,5% frente a agosto do ano passado, crescendo em 11 dos 18 locais pesquisados, sendo que apenas dois Estados tiveram ganho de dois dígitos nessa comparação: Rio Grande do Norte (49,8%) e Espírito Santo. Com isso, o Espírito Santo teve o segundo melhor desempenho do país.

A presidente da Findes, Cris Samorini, lembra comenta que 2023 vem sendo um ano positivo para a indústria, em especial a extrativa. “Quando olhamos para os oito primeiros meses do ano, vemos que as perspectivas para a indústria em 2023 se consolidam como otimistas. Estamos vendo a expansão do setor extrativo, o que não víamos há algum tempo. Porém, temos uma queda na indústria de transformação, devido aos desafios internos e externos, como as altas taxas de juros e a variação no preço dos produtos exportados. Um cenário de taxas de juros menores poderia ter feito com que os números que vemos hoje fossem melhores”, pondera.

A gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, comenta que, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)), a produção de petróleo teve crescimento de 45,4%, enquanto a de gás natural uma alta de 64,6%, em agosto deste ano. Entre as explicações para o expressivo crescimento da indústria extrativa, ela cita:

O aumento da extração no Campo Jubarte, que pode ser justificado pela retomada das operações do FPSO Cidade de Anchieta (após período de paralisação de janeiro a meados de dezembro de 2022);

A retomada da produção no Campo Golfinho, após a BW Offshore assumir as operações dos ativos vendidos pela Petrobras;

A recuperação da produção de petróleo e gás onshore (em terra) e a diversificação de empresas atuantes no Estado com o Plano de Desinvestimento da Petrobras. 

Se por um lado a indústria extrativa cresceu no Estado, a de transformação recuou 2,9% em relação a agosto de 2022. “Esse resultado, porém, não comprometeu o expressivo crescimento da indústria capixaba nessa análise comparativa”, ressalta Marília. 

A queda da indústria de transformação foi fruto da redução de 14,2% na fabricação de produtos de minerais não metálicos e da variação de -0,1% no setor de metalurgia. Somadas, as duas atividades representam 66,6% da indústria de transformação capixaba. 

Do lado das altas do segmento, temos a fabricação de papel e celulose (5,4%) e a fabricação de alimentos, que avançou 2,6% (com a maior produção de carnes de bovinos e miudezas de aves congeladas e farinha de trigo). 

Acumulado de janeiro a agosto

No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a indústria capixaba cresceu 6,8%, devido ao bom resultado do setor extrativo (16,8%) balanceado pela indústria de transformação (-8%). A alta da indústria extrativa capixaba é explicada pelo aumento de produção de pelotas de minério de ferro, quanto pela extração de petróleo e gás natural, segundo o relatório da PIM do IBGE.

Por sua vez, a queda da indústria de transformação capixaba no ano foi influenciada pela fabricação de: produtos de minerais não-metálicos (-16,7%), metalurgia (-7,4%), papel e celulose (-1,9%) e produtos alimentícios (-0,9%). 

“Vale ressaltar que essas atividades, em especial as três primeiras, são orientadas ao mercado externo que, devido à desaceleração econômica mundial em curso, tem se tornado um desafio para o setor industrial exportador e, consequentemente, para a produção interna”, explica o gerente de Ambiente de Negócios do Observatório da Indústria da Findes, Nathan Diirr.

O desempenho positivo de 6,8% do setor industrial capixaba ficou muito acima do resultado do país, que apresentou uma queda de 0,3% no acumulado do ano. Além disso, o crescimento do setor estadual é o 2º maior entre os estados pesquisados pelo IBGE, atrás somente do Rio Grande do Norte (14,3%).

Fonte: Siumara Gonçalves (Findes)

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