Monitor de Secas traz situação preocupante em regiões brasileiras

Áreas com seca diminuíram em 12 estados, ficaram estáveis em oito unidades da Federação e só aumentaram em Santa Catarina em janeiro. A área total com o fenômeno no Brasil supera o território da Argélia, o 10º maior país do mundo. Apesar da melhora das condições em relação a dezembro, São Paulo segue com a maior severidade do fenômeno no Brasil

Entre dezembro e janeiro, em termos de severidade da seca, dez estados tiveram um abrandamento do fenômeno no último mês segundo o Monitor de Secas: Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, São Paulo e Tocantins. Tanto no Espírito Santo quanto no Maranhão o fenômeno deixou de ser registrado, situação do Distrito Federal desde dezembro. No sentido oposto, os três estados da região Sul – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – tiveram uma intensificação da seca juntamente com Mato Grosso do Sul. Em outros quatro estados, a severidade do fenômeno se manteve estável: Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe.

Considerando as quatro regiões integralmente acompanhadas pelo Monitor de Secas, a maior severidade observada em janeiro aconteceu no Sudeste, que registrou 6% de seca excepcional, a mais severa da escala do Monitor, apesar da melhora das condições em comparação a dezembro. O Centro-Oeste teve a segunda maior severidade de janeiro com 1% de seca excepcional e 10% de seca extrema. No Sul houve um agravamento do quadro, mas ainda registra uma severidade menor que o Sudeste e o Centro-Oeste com 7% de seca extrema. Já o Nordeste teve a menor severidade do último mês e foi a única região a não ter registro de seca extrema ou excepcional no período.

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Entre dezembro e janeiro, o único estado que registrou aumento da área com seca foi Santa Catarina. Por outro lado, a área com o fenômeno diminuiu em 12 estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins. Nos casos do Espírito Santo e Maranhão o fenômeno desapareceu. Nas outras oito unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor, não houve variação do território com seca: Alagoas, Distrito Federal (que permaneceu livre do fenômeno), Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

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Considerando o recorte por região, o Sul registrou o maior percentual de área com seca: 98%. No Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste houve um recuo do fenômeno respectivamente de 68% para 60%, de 43% para 34% e de 64% para 54%. Com isso, o Nordeste foi a região com menor percentual de território com seca em janeiro.

Cinco estados registraram seca em 100% do território no último mês: Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Três unidades da Federação ficaram livres do fenômeno em janeiro: Distrito Federal, Espírito Santo e Maranhão. Os demais 13 estados acompanhados pelo Monitor apresentam entre 17,3% e 97,9% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

As cores do gráfico indicam as regiões centro-oeste, sudeste, nordeste, sul e norte

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguida por Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás. No total a área com o fenômeno foi de 2,6 milhões de quilômetros quadrados e se fosse um país seria o 10º maior do mundo, superando os 2,3 milhões de km² da Argélia.

Devido às chuvas acima da média nos últimos meses, houve um abrandamento da seca no Nordeste. Esse processo foi marcado pelo desaparecimento da seca no Maranhão e pelo recuo das secas fraca e/ou moderada no Piauí; no Ceará; e no oeste de três estados: da Bahia, de Pernambuco e da Paraíba. Além disso, a seca na região passou a apresentar impactos somente de longo prazo.

No Sudeste, em decorrência de chuvas muito acima da média nos últimos meses, aconteceu uma atenuação da seca em parte de São Paulo e de Minas Gerais. Essa mudança foi marcada principalmente pela diminuição da área com seca excepcional no norte paulista, pelo recuo da seca extrema no Triângulo Mineiro e pela redução da seca grave no sudeste mineiro.

Também em virtude de chuvas acima da normalidade, o Monitor de Secas registrou o desaparecimento da seca no Espírito Santo e o recuo da seca fraca no Rio de Janeiro e no centro de Minas Gerais. Por outro lado, devido às chuvas abaixo da média, houve o avanço da seca grave no sudoeste de São Paulo.

Na região Sul, devido às chuvas abaixo da normalidade, houve o agravamento da seca no norte do Rio Grande do Sul, onde passou de grave para extrema. Também foi observado o avanço da seca grave simultaneamente nos três estados da região, com destaque para o sudoeste do Rio Grande do Sul, centro de Santa Catarina e oeste do Paraná.

No Centro-Oeste, devido às chuvas acima da média no último mês, aconteceu o recuo da seca grave no nordeste de Mato Grosso do Sul e da seca fraca no centro de Mato Grosso e nordeste de Goiás. Por outro lado, devido às chuvas abaixo da normalidade nos últimos meses, houve o avanço tanto da seca grave quanto da extrema respectivamente no sul e sudoeste de Mato Grosso do Sul.

Em Tocantins, único estado da região Norte monitorado até agora, a melhora nos indicadores de seca resultou numa expressiva diminuição das áreas sob influência do fenômeno, assim como o abrandamento da seca no noroeste do estado, onde passou de grave para moderada.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste mais o Distrito Federal, além de Tocantins. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.

O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 20 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.

A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno  ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região. 

Fonte: ANA

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