NetZero vai construir nas montanhas do Espírito Santo a 2ª fábrica de biochar no Brasil

A green tech francesa NetZero, uma startup pioneira na valorização de resíduos agrícolas em biochar, acelera seu desenvolvimento no Brasil ao anunciar o início da construção de uma segunda fábrica no país, apenas três meses após a inauguração de sua primeira unidade brasileira. Localizada em Brejetuba, na Região Serrana do Espírito Santo, a nova unidade ficará a 25 quilômetros de distância da anterior, que fica em Lajinha (MG), e se beneficiará de melhorias notáveis em hardware e software. O lançamento da pedra fundamental será na próxima sexta-feira (11), em Brejetuba.

NetZero fez a escolha estratégica de instalar esta nova fábrica em Brejetuba, a 25 quilômetros da anterior, com um triplo objetivo. Primeiro, capitalizar sobre essa proximidade para facilitar o trabalho das equipes de pesquisa e desenvolvimento, a fim de acelerar as iterações tecnológicas. Em segundo lugar, ampliar a cooperação com a cooperativa Coocafé, já parceira no primeiro local, a fim de atrair rapidamente novos cafeicultores com base na primeira parceria. Finalmente, demonstrar a relevância do seu modelo, fundamentado na implantação de unidades de produção de tamanho intermediário em imediata proximidade com as fontes de biomassa, com o objetivo de reduzir a pegada de carbono da cadeia de produção de biochar e simplificar a logística das operações.

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Essa nova fábrica, que estará operacional no início de 2024, produzirá anualmente 4.500 toneladas de biochar, permitindo a remoção da atmosfera de mais de 6.500 toneladas equivalentes de CO2, enquanto fornecerá um corretivo do solo sustentável para os agricultores locais. Este é o significado da renovação da parceria entre a NetZero e a Coocafé. A cooperativa, que reúne mais de 10 mil produtores de café e tem um forte foco em sustentabilidade, desempenha um papel essencial na promoção do modelo local e circular da NetZero, encorajando os agricultores a aderir ao projeto.

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“Essa nova fábrica confirma o interesse que o biochar desperta entre nossos principais parceiros: os agricultores. Nosso modelo é totalmente adequado às necessidades e à realidade local, o que é um elemento-chave para o aumento de escala. Estamos muito satisfeitos em continuar nossa parceria com a Coocafé e seus produtores, que são pioneiros no uso do biochar em grande escala”, afirma Pedro de Figueiredo, cofundador da NetZero e CEO da NetZero Brasil.

Graças a essa parceria, a NetZero recuperará milhares de toneladas de resíduos da casca do café e os transformará em biochar, que será usado como corretivo do solo pelos mesmos cafeicultores para melhorar sua produtividade e reduzir o uso de fertilizantes sintéticos. Tudo isso ao mesmo tempo em que permite remover o carbono atmosférico e armazená-lo nos solos por centenas de anos.

Visualmente semelhante ao carvão vegetal, o biochar é obtido pela extração do carbono contido nos resíduos vegetais por meio da pirólise. Esse processo permite estabilizar de forma duradoura o carbono inicialmente capturado pelas plantas na atmosfera durante a fotossíntese. Além de seus benefícios climáticos validados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o biochar tem propriedades agronômicas notáveis: ele atua no solo como uma esponja de carbono que retém água e nutrientes no nível da raiz da planta, permitindo reduzir de forma duradoura o uso de fertilizantes e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade da cultura, melhorando assim a renda do agricultor.

“A escolha de intensificar nossa presença no Brasil reflete a importância deste país na estratégia de desenvolvimento da NetZero. É onde encontramos todos os atributos necessários para a expansão do nosso modelo: grandes quantidades de resíduos agrícolas não valorizados, solos que podem se beneficiar muito com o acréscimo de carbono, competências técnicas avançadas, infraestruturas e um forte espírito de inovação. Também apreciamos o forte apoio local de todas as partes interessadas, que excede nossas expectativas e reflete o impacto positivo muito forte que a NetZero traz para as populações locais”, pontua Axel Reinaud, cofundador e CEO da NetZero.

Esse rápido desenvolvimento ocorre alguns meses depois de a NetZero receber três novos acionistas, todos líderes em seus respectivos setores: Stellantis, L’Oréal e CMA CGM. O impulso começou em 2022, quando a NetZero foi reconhecida como um dos 15 projetos de remoção de carbono mais promissores do mundo na competição XPRIZE Carbon Removal, da Fundação Elon Musk, com base no projeto-piloto da NetZero instalado em Camarões, na África.

Além da fábrica em Lajinha, que já conta com 30 funcionários brasileiros, e da construção de Brejetuba, uma terceira unidade está prevista para ser construída no Brasil ainda neste ano.

Fonte: NetZero

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