Novo protocolo de avaliação de café é usado pela primeira vez em concurso de qualidade
Foto: Divulgação

Pela primeira vez no Brasil, um concurso de qualidade de cafés está usando o CVA (Coffee Value Assessment), novo protocolo de avaliação criado pela Specialty Coffee Association (SCA). O método representa um avanço na análise sensorial de cafés de origem controlada, oferecendo mais precisão, consistência e transparência nas avaliações. A entidade In-Country Partner da Specialty Coffee Association no Brasil é a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
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A novidade foi aplicada na Categoria Doce Cerrado Mineiro, categoria lançada este ano para reconhecer os cafés mais doces da safra 2025/2026, participantes do 13º Prêmio Região do Cerrado Mineiro. As amostras foram processadas pelo método Natural e se destacam por características sensoriais típicas da região — notas de chocolate, caramelo, amêndoas e acidez cítrica.
A avaliação, conduzida por um júri especializado, contou com o professor Dr. Leandro Paiva, do Instituto Federal Sul de Minas, como headjudge, e com a participação de torradores Carmomaq, marcando a estreia oficial do CVA em competições nacionais.
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Nesta edição, a Região do Cerrado Mineiro comemora um recorde histórico: 714 amostras inscritas, frente a 545 na edição anterior, um crescimento de 31%. Ao todo, 381 produtores participam do concurso, consolidando a relevância da região como referência em qualidade, inovação e cafés de origem controlada.
Promovido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, com apoio do Sebrae Minas, o prêmio reconhece e valoriza os cafeicultores que fazem da Região do Cerrado Mineiro uma referência mundial em qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. Fundamentado nos pilares da intercooperação, o concurso conecta cooperativas, associações e produtores, aproximando o consumidor final da origem Cerrado Mineiro e reforçando a importância da Denominação de Origem (DO).
A realização conta com a parceria das cooperativas Carmocer, Carpec, Coocacer Araguari, Coopadap, Expocacer e MonteCCer e apoio das associações ACA, Acarpa, Amoca, Appcer, Assocafé, Assogotardo e GRE Café – Região de Araxá.
“A inovação com a categoria Doce Cerrado Mineiro vem de encontro a valorizar esta que é uma das principais nuances encontradas em nossos cafés, no ano que em que nossa Indicação Geográfica completa 20 anos, portanto é uma forma de celebração”, destaca Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.
ETAPAS – As etapas classificatórias foram realizadas de 22 a 29 de setembro, nas cooperativas, e de 1º a 3 de outubro, na fase regional. Entre 1º de outubro e 2 de novembro, ocorre a divulgação dos classificados por cooperativa: 24 cafés naturais, 16 cerejas descascados, 20 cafés fermentados e 18 doce cerrado (sendo três representantes de cada cooperativa).
Os primeiros colocados nas categorias Natural, Cereja Descascado e Fermentado avançam para o ranqueamento regional, enquanto os segundos colocados com nota superior a 85 pontos também garantem vaga. Eles se juntam aos 24 produtores mais bem avaliados e aos três primeiros colocados da categoria Doce Cerrado Mineiro de cada cooperativa, que disputarão o título de campeões da Região do Cerrado Mineiro.
Na cerimônia, serão premiados os três primeiros colocados nas categorias Natural, Cereja Descascado e Fermentado, além dos três vencedores da categoria Doce Cerrado Mineiro de cada cooperativa.
TROFÉUS ESPECIAIS – O Troféu Escola de Atitude, que reconhece projetos educacionais voltados à transformação social, será avaliado entre 16 e 31 de outubro. As inscrições são feitas por meio das cooperativas, conforme os municípios de sua área de atuação.
Já o Troféu Atitude Sustentável, com inscrições até 7 de novembro, destacará as melhores práticas agrícolas e socioambientais entre os 60 finalistas. A avaliação dos projetos ocorrerá entre 10 e 15 de novembro.
PREMIAÇÃO – A cerimônia do 13º Prêmio Região do Cerrado Mineiro será realizada no dia 19 de novembro, em Uberlândia (MG). O evento celebrará os cafés que melhor expressam a identidade, a inovação e a excelência da primeira região de origem demarcada do café no Brasil.
SISTEMA CVA NO BRASIL – A implantação desse padrão de análise para a comunidade dos cafés especiais brasileiros teve início no final de abril, quando a BSCA e a SCA assinaram um memorando de entendimento durante a Specialty Coffee Expo, em Houston (EUA), consolidando a posição do Brasil como líder global em inovação no setor de café especial e estabelecendo um novo modelo nacional para avaliação da qualidade.
Desde então, a BSCA é reconhecida pela Associação internacional como o seu In-Country Partner, habilitando a entidade brasileira como parceiro que ajudará a promover, gerenciar e a capacitar a comunidade dos cafés especiais, tanto profissionais, quanto consumidores, tendo, entre outros compromissos, a missão de adotar o sistema CVA como protocolo oficial para avaliação dos cafés especiais brasileiros.
Para o diretor executivo da BSCA, Vinicius Estrela, a utilização do CVA em um concurso de grande volume de amostras, como o da Região do Cerrado Mineiro, que é membro da Associação, é um marco para o setor de cafés especiais do Brasil.
“Em termos de volume, o concurso se torna o maior global a utilizar o CVA até o momento, reforçando a posição do Brasil como líder na aplicação de ferramentas inovadoras na avaliação sensorial, além de evidenciar nossa vanguarda e o trabalho de ditar tendências para a comunidade mundial dos cafés especiais”, comenta.
Fonte: Serifa Comunicação e BSCA
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