Oito dias após ser legalizada, agroindústria de Marechal Floriano tem queijo premiado nacionalmente
Fotos: Divulgação

O Espírito Santo conquistou destaque nacional com a premiação de queijos artesanais capixabas no Prêmio Queijo Brasil, realizado no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC). O evento é considerado um dos mais importantes do país na valorização da produção artesanal, reunindo produtores, especialistas e entusiastas da gastronomia para celebrar a diversidade e a qualidade dos queijos brasileiros.
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A Queijaria Hollunder, que fica na localidade de Boa Esperança, em Marechal Floriano, é um exemplo de que a dedicação ao negócio é fundamental para o sucesso. A queijaria Sítio Hollunder conquistou medalha de prata com o queijo coalho e bronze com o doce de leite. E o anúncio das premiações ocorreu oito dias após a queijaria ter sido oficialmente registrada como agroindústria pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM).
Foram premiados 12 produtos das queijarias Pedrazul (Domingos Martins), Vila Veneto e Giacomin (João Neiva), Sítio Hollunder (Marechal Floriano) e Calvi Laticínios (Cachoeiro de Itapemirim). Atualmente, as queijarias artesanais representam mais de 40% das agroindústrias familiares do Espírito Santo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017, são cerca de 1.763 estabelecimentos espalhados pelo território capixaba.
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MUDANÇA DE RAMO – Daniela Lopes Herbst Hollunder contou que a família do marido, Anderson Hollunder, atua há mais de 30 anos com plantação de hortaliças para venda em feiras. Entretanto, em 2021, diante da pandemia da Covid-19, a família se viu obrigada a diversificar a produção.

“Eu sou natural de Vila Velha e quando me casei, em 2015, me mudei para a propriedade do meu esposo, onde continuamos na atividade familiar. Quando as feiras tiveram que ser proibidas por conta da pandemia, em 2021, começamos a alugar o sítio para os fins de semana. Mas, para não deixar a terra sem produzir, compramos uma vaca em outubro de 2022”, conta Daniela, relembrando como tudo começou.
Em 2023 a família começou a produzir queijo frescal e iogurte, mas devido a problemas de saúde a produção teve que ser paralisada. “Sempre buscamos nos especializar e estudar. Fomos nos aprofundando no mundo do queijo, realizando cursos presenciais e on-line e em 2024 começamos a construção da queijaria”, contou.
PREMIAÇÃO – No dia 2 de julho deste ano, a queijaria foi registrada e eles decidiram enviar imediatamente dois produtos para o Prêmio Queijo Brasil. “O resultado saiu oito dias depois e tivemos o privilégio de ser medalhistas. Foi uma surpresa muito boa, pois não imaginávamos estar entre os melhores do Brasil com tão pouco tempo no ramo do queijo. A emoção foi muito grande, e isso mostra que estamos no caminho certo e nossos produtos estão sendo valorizados”, destacou Daniela.
Atualmente na queijaria são produzidos o queijo coalho tradicional, queijos coalho temperados, queijos minas frescal, doces de leite de corte e pastoso e iogurtes de variados sabores, incluindo um de jabuticaba, que é criação própria. “Todas as geleias artesanais são produzidas por nós para dar sabor único aos nossos iogurtes. Um dos nossos doces de leite tem apenas 10% de açúcar”, explicou a empreendedora.

Em breve, conforme adiantou Daniela, outros tipos de queijos serão registrados, inclusive queijos autorais artesanais. “Estamos sempre em busca de conhecimento e inovação”, afirma. A queijaria, que fica distante oito quilômetros da BR-262 a partir do Trevo de Paraju, é aberta à visitação e há uma loja anexa, onde também são vendidos licores e biscoitos produzidos pela família. Placas ao lado da rodovia ES-470 indicam onde fica o sítio.
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