Organizações Fairtrade do Brasil participam de treinamentos sobre produção de cafés especiais orgânicos e melhorias do solo
Julio Huber
Representantes de organizações de pequenos produtores de café certificado Fairtrade, arábica e robusta, de São Paulo, Minas Gerais e Espirito Santo, participaram do workshop “Qualidade de processos com ênfase em degradação anaeróbia e experiência na formação de biofábricas para cafeicultura orgânica”. No workshop, os métodos e técnicas apresentados demonstraram como é possível fazer a transição da cafeicultura tradicional para a orgânica, melhorar a qualidade do solo e preservar o meio ambiente.
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O evento contou com três dias de programação, e foi realizado no Sitio Barba Negra, em Poço Fundo (MG), entre os últimos dias 25 e 28 de julho. O treinamento foi realizado pela Coordenadora Latino-Americana e do Caribe de Pequenos Produtores e Trabalhadores do Comércio Justo (CLAC), em parceria com a Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFAIR).
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O treinamento foi ministrado pelo engenheiro agrônomo José Francisco Díaz Rocca, que é enlace Café da CLAC e especialista em produção sustentável. Participaram engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e especialistas que atuam nas associações e cooperativas Fairtrade no Brasil.
De acordo com o secretário executivo da BRFAIR, Bruno Aguiar, o objetivo foi o planejamento e execução de ações de transferência de tecnologia para fortalecimento de capacidades técnicas na cafeicultura Fairtrade, com o foco na produção de cafés especiais e na recuperação e preservação dos solos e ecossistema. Além disso, contribuiu para o acompanhamento e assistência às Organizações de Pequenos Produtores (OPPs) certificadas, com ênfase nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Esses treinamentos têm como foco principal a transição da cafeicultura tradicional para a orgânica e são muito importantes, já que visamos buscar sempre a promoção do desenvolvimento sustentável. Foram aplicadas técnicas que reduzem o impacto sobre o meio ambiente e o solo e técnicas de recuperação do solo”, contou Bruno.
Segundo ele, a CLAC e a BRFAIR buscam mostrar novos processos de qualidade para os cafeicultores Fairtrade brasileiros, e incentivá-los a produzirem cafés de qualidade e focados na sustentabilidade. “É preciso trabalhar em busca da mitigação do uso de agroquímicos, cuidando da saúde do solo e das pessoas que vivem e trabalham no campo. Estimular a produção de micro-organismos na terra é muito importante. Temos um grande desafio, que é de promover essas novas técnicas, mas como os cafeicultores Fairtrade são inovadores e persistentes, a cada dia traremos mais impactos positivos na preservação e recuperação do meio ambiente”, afirmou.
A gestora da CLAC no Brasil, Gisele Sampaio Marcilio, enfatizou a importância de levar conhecimento aos representes das organizações brasileiras. “O espaço foi importante para fomentar a troca de experiências entre as organizações de diversas regiões produtoras de café e nivelar o conhecimento das equipes técnicas, além de inserção de práticas que ainda não conhecíamos aqui no Brasil”, reforçou.
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