Potencial eólico do Espírito Santo é capaz de atender consumo de energia do país durante quatro meses ao ano

Foto: Pixabay

A capacidade máxima de produção eólica do Espírito Santo será suficiente para sustentar o consumo nacional por quatro meses a cada ano, ou seja, os ventos capixabas podem garantir até um terço da energia consumida no país.

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O resultado foi apresentado pelo Atlas Eólico Onshore e Offshore, lançado na manhã desta ontem (26), na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Vitória. O mapa revelou que o potencial de geração estimado para o Estado é de 160 gigawatts (GW) ao ano.

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A presidente da Findes, Cris Samorini, destacou que, ao longo dos últimos anos, a Federação tem liderado as discussões sobre geração de energia e mudança da matriz energética devido à importância do setor para o desenvolvimento do Estado.

“O Atlas vem nos mostrar que, com a chegada de novas tecnologias, temos avançado muito no aumento da capacidade de produção e na distribuição de energia. Isso tornou a exploração de fontes renováveis mais atrativa para os investidores. No caso do Espírito Santo, temos um potencial enorme como o documento mostrou, principalmente no Sul do Estado, e estamos em discussão com empresas do setor sobre futuros investimentos”, afirmou.

O Atlas indicou que o potencial teórico estimado de geração eólica anual do Estado pode chegar a 142.080 GW offshore (em mar) e 18.307 GW onshore (em terra), para área com vento igual ou superior a 6,5m/s na altura de torres (pás eólicas) de 100 metros. Nesse cenário não há restrição de área, ou seja, ele considera que todo o território capixaba possa receber turbinas eólicas.

O secretário de Estado de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico (Sectides), Ricardo Pessanha, explicou que somando todos os cenários de produção (onshore e offshore) o Estado conseguiria, em tese, produzir energia suficiente para abastecer o Brasil durante quatro meses do ano, levando em consideração que, em 2021, o consumo nacional foi de 500.209 GWh. 

“Isso, é claro, depende da exploração plena do potencial energético eólico do Estado. Estamos diante de um setor que pode mudar a realidade econômica de qualquer local e o Espírito Santo sai na frente com relação ao conhecimento e expertise em exploração offshore, pois já temos experiência com a produção e a exploração de petróleo e gás”, declarou.

O pesquisador do Instituto Senai de Tecnologia do Rio Grande do Norte, Raniele Rodrigues, explica que o Brasil tem as melhores condições climáticas do mundo para a exploração eólica onshore e, certamente, offshore. “Nos últimos 10 anos foram investidos mais de R$ 320 bilhões no país, sendo R$ 110 bilhões para construção de parques eólicos e R$ 210 bilhões para atendimento da cadeia”, apontou. 

A Câmara de Comércio Brasil-Alemanha e a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) estimam que para cada megawatt de energia eólica instalada, 15 empregos diretos e indiretos sejam criados. Já a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima que, até 2026, a cadeia eólica possa gerar aproximadamente 200 mil novos empregos diretos e indiretos no Brasil.

Alemanha está de olho no Brasil como produtor de energia renovável

O Brasil está sendo visto por diversos países do mundo, dentre eles a Alemanha, como um produtor, em potencial, de energia renovável e colaborador na redução da emissão dos gases de efeito estufa. 

A gestora de programas da Delegação da União Europeia no Brasil, Stephanie Horel, comenta que a Europa está passando por uma grande mudança rumo ao carbono zero. “Assumimos o compromisso de neutralizar as emissões de carbono até 2050 e vemos o Brasil como um parceiro estratégico para alcançarmos essa meta”, disse.

O diretor de inovação e sustentabilidade da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, Ansgar Pinkowski, complementou que a Alemanha tem grande interesse de fomentar a indústria de energia sustentável no Brasil.

“Vemos o potencial do Brasil na geração desse tipo de energia e selecionamos o país como nosso parceiro estratégico. Ao todo, estão sendo destinados ao Brasil 34 milhões de euros para ajudar o país a desenvolver sua indústria de hidrogênio verde, por meio de políticas públicas, da disseminação do assunto, da formação profissional, da inovação e de um projeto-piloto em que está sendo elaborado em Minas Gerais”, comentou. 

O lançamento do Atlas também contou com o apoio do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia, e a participação da subsecretaria da Sectides, Rachel Freixo, do diretor-técnico da ABEEólica, Riomar Merino Jorge, da gerente de Estudos Econômicos do Observatório da Indústria da Findes, Silvia Varejão, da diretora-executiva da Fapes, Cristina Engel, entre outras autoridades, empresários e representantes do setor.

ATLAS EÓLICO – O estudo foi realizado a partir de um Acordo de Cooperação Técnica assinado pelo governo do Estado do Espírito Santo com a Embaixada da Alemanha, representado pela Agência Deutsche Gesellschaft Für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), que contemplou a atualização do atlas eólico capixaba, além da implementação de ações e de projetos do Programa de Geração de Energias Renováveis (Gerar). 

Já a metodologia e a elaboração do documento ficaram sob responsabilidade do Instituto Senai de Inovação e Energias Renováveis (ISI-ER) do Rio Grande do Norte. O novo Atlas Eólico foi apresentado em evento realizado na Findes e contou ainda com a participação de representantes da ABEEólica.   

Por meio do Atlas Eólico, é possível mensurar e mapear o potencial capixaba de produção desse tipo de energia e possibilitar a construção de um panorama futuro, apontando um cenário econômico com toda uma cadeia de negócios associada à sustentabilidade.

A atualização do documento também permitiu um novo conjunto de dados mais robusto e com alcances muito superiores ao demonstrado no primeiro Atlas Eólico (do ano de 2009). Além disso, o Atlas Eólico capixaba ganhou uma versão digital e moderna. Trata-se de um sistema que contempla as informações dos estudos de potencias eólicos onshore e offshore do Espírito Santo, de maneira simples e acessível, facilitando a difusão de conhecimento e garantindo a transparência das informações. 

Fonte: Siumara Gonçalves/Findes, com informações da Sectides

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