Produção de cacau no Brasil segue baixa em 2025
Foto: Freepik

A produção de cacau no Brasil fechou o primeiro semestre de 2025 sem sinais claros de reação, mantendo o patamar baixo registrado em 2024. O volume de amêndoas recebido pelas indústrias ficou em 58.188 toneladas, praticamente igual ao do mesmo período do ano passado, mas 37,7% menor em relação a 2023, segundo levantamento do SindiDados – Campos Consultores, divulgado pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Com isso, a moagem também encolheu: foram 97.904 toneladas, queda de 14,4% em relação a 2024 e o menor volume para um primeiro semestre em nove anos.
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A falta de recuperação é atribuída a fatores como clima extremo, doenças como Vassoura de Bruxa e Podridão Parda e carência de mão de obra nas lavouras. Apesar dos preços internacionais em alta, o Brasil ainda não conseguiu retomar a autossuficiência, mantendo um déficit de 39.716 toneladas — 40,6% da moagem do semestre. Para reduzir os impactos, as importações de amêndoas subiram 87,1%, enquanto as exportações de derivados avançaram 27% em volume e 71% em valor, impulsionadas pela alta da cotação internacional.
Bahia, Pará, Espírito Santo e Rondônia registraram novas quedas de produção. A Bahia respondeu por 63,4% do total nacional, com recuo de 27,7% em relação a 2024. O Pará, segunda maior origem, teve retração de quase 60% no semestre. Para o mercado internacional, a expectativa é que o equilíbrio entre oferta e demanda dependa do desempenho das principais origens africanas e de países como Equador e Indonésia, que vêm ganhando espaço. A AIPC acredita que só a combinação de apoio ao produtor, investimento em inovação e fortalecimento da lavoura pode reverter o cenário de déficit e retomar a posição do Brasil como grande player mundial.
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Fonte: AIPC
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