Brasil desenvolve seu primeiro equipamento digital para medir a permeabilidade do solo

Foto: Fernando Gregio

A inovação tecnológica nacional acaba de dar um passo importante com o lançamento do SoloFlux, o primeiro permeâmetro digital automatizado totalmente desenvolvido no Brasil. O equipamento, criado por meio de uma parceria entre a Embrapa Solos (RJ), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e a empresa Falker Automação Agrícola (RS), promete otimizar a medição da permeabilidade ou condutividade hidráulica do solo saturado, trazendo benefícios tanto para a agricultura quanto para a infraestrutura urbana.

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A capacidade de medir a movimentação da água no solo é essencial para diversas aplicações, como o manejo da irrigação, planejamento de drenagem, estudos de contaminação do solo e até a definição de locais adequados para aterros sanitários e cemitérios. Além disso, compreender o comportamento da água no solo auxilia na previsão de impactos causados por eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas.

Diferente dos equipamentos analógicos importados, que exigem operadores altamente treinados para registrar manualmente os dados a cada poucos minutos, o SoloFlux automatiza todo o processo. Ele captura, transmite e registra os fluxos de água ao longo do tempo, permitindo o cálculo preciso da condutividade hidráulica saturada. As informações são disponibilizadas via aplicativo e sistema web, com armazenamento em nuvem e conectividade via USB e Bluetooth, facilitando o acesso remoto.

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Além da precisão e da praticidade, o SoloFlux se destaca pelo custo acessível e pela eficiência no campo. Segundo Wenceslau Teixeira, pesquisador da Embrapa Solos, a automação permite que os operadores dediquem menos tempo à medição e mais tempo a outras atividades produtivas.

O desenvolvimento do SoloFlux começou a partir de um estudo de recarga de aquíferos na Ilha de São Luís, no Maranhão. O pesquisador Teixeira percebeu as dificuldades do método tradicional e, em parceria com Geraldo Cernicchiaro, do CBPF, buscou uma solução para tornar a coleta de dados mais eficiente. Após testes e melhorias, o equipamento foi aprimorado e, com o interesse da Falker, chegou ao mercado.

O CEO da Falker, Marcio Albuquerque, destaca que a parceria entre pesquisa e indústria foi fundamental para viabilizar o produto. Segundo ele, a colaboração entre instituições científicas e o setor privado é essencial para transformar conhecimento acadêmico em tecnologia aplicada, beneficiando toda a cadeia produtiva.

Com grande potencial de adoção no Brasil e no exterior, o SoloFlux já tem licenciamento para comercialização em 16 países. Seu uso pode revolucionar desde estudos ambientais até a gestão de recursos hídricos na agricultura, contribuindo para um manejo mais sustentável e eficiente do solo.

Fonte: Embrapa

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