Grãos de ouro: saca de café é vendida por R$ 200 mil e vira recorde nacional

Fotos: Divulgação

Uma saca de café foi arrematada pelo valor que daria para comprar mais de 80 sacas de café de qualidade, no preço atual de mercado. O novo recordo nacional para uma saca de café arábica de 65 quilos foi é o valor de R$ 200 mil, o que corresponde a mais de R$ 3 mil o quilo.

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Os grãos especiais, com nota de 90,59, foi o vencedor da categoria Cereja Descascado do 13º Prêmio Região do Cerrado Mineiro (RCM), realizado em Uberlândia (MG), no último dia 19. Os “grãos de ouro” foram produzidos por Eduardo Pinheiro Campos, da Fazenda Dona Nenem, em Presidente Olegário (MG). Esse foi o maior valor já pago por uma saca de café em um leilão nacional.

O lance vencedor foi dado pelo consórcio formado por Expocacer, Veloso Green Coffee, Marex e Nucoffee, que destacou a excelência e o potencial dos cafés de origem controlada do Cerrado Mineiro. O segundo maior lance, de R$ 100 mil, foi feito pela Louis Dreyfus Company, que adquiriu o café campeão da categoria Natural, produzido pela Agropecuária São Gotardo Ltda. — reforçando o crescente interesse do mercado pelos cafés da região.

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Conduzido por Mauro Lúcio dos Santos, da Investbras, o Leilão Solidário movimentou um total de R$ 562 mil, com média total por saca de R$ 62.444,44, reunindo nove lotes das categorias vencedoras do prêmio e consolidando a Região do Cerrado Mineiro como referência em qualidade, inovação e valorização da origem. Cerca de 40% do valor arrecadado (224.800,00), será destinado ao projeto Escola de Atitude, iniciativa que incentiva a formação cidadã de jovens nas comunidades produtoras. Os produtores ficam com 60% do valor de cada saca.

RECORDISTA – Maior vencedor da história do Prêmio Região do Cerrado Mineiro, Eduardo Pinheiro Campos afirma que o trabalho da Fazenda Dona Nenem é guiado pela busca contínua por qualidade e inovação.  “É uma honra e um orgulho enorme para nossa equipe alcançar esse resultado. Eles são quem realmente colocam a mão na massa; nós apenas orientamos o caminho para chegar a esse nível de excelência. A emoção é muito grande, porque são muitos anos de trabalho, conquistas e prêmios. Ao longo das 13 edições do prêmio, estivemos no pódio 11 vezes, o que mostra a consistência da nossa trajetória e o compromisso permanente com a qualidade”, enfatizou.

“Celebrar o recorde nacional deste leilão justamente no ano em que completamos 20 anos como Indicação Geográfica reforça a força da nossa Região. Isso é resultado de uma construção coletiva envolvendo produtores, cooperativas e parceiros, e demonstra que o Cerrado Mineiro segue liderando o movimento de valorização, origem controlada e qualidade no Brasil”, destaca Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

Os melhores cafés da safra 2025/2026

A cerimônia premiou os cafés mais bem pontuados nas categorias Natural, Cereja Descascado, Fermentado e Doce Cerrado Mineiro, com notas acima de 80 pontos, classificação que reconhece os grãos como cafés especiais. As amostras foram batizadas pela barista Maryana Castro, reforçando o prestígio e a identidade dos cafés do Cerrado Mineiro.

Categoria Doce Cerrado Mineiro

  • 1º lugar: Maristela de Souza Teixeira Silva – Carmocer
  • 1º lugar: Livian Cristina Rodrigues Carneiro – MonteCCer
  • 1º lugar: Agropecuária São Gotardo Ltda – Coopadap
  • 1º lugar: Adib Cecílio Domingos – Coocacer
  • 1º lugar: Pedro Humberto Veloso – Carpec
  • 1º lugar: Guima Café – Expocacer

Categoria Fermentado

  • 1º lugar: Carla Poliana da Silva Oliveira (Carmocer) – 90,52
  • 2º lugar: Marcelo Assis Nogueira (Carmocer) – 89,82
  • 3º lugar: Edson Luiz Ignácio (Carpec) – 89,77

Categoria Natural

  • 1º lugar: Agropecuária São Gotardo Ltda (Coopadap) – 90,41
  • 2º lugar: Fernando Seiti Nishikawa (Coopadap) – 90
  • 3º lugar: Gustavo Andrade Alvarenga (GRE Café Região de Araxá) – 89,41

Categoria Cereja Descascado

  • 1º lugar: Eduardo Pinheiro Campos (Expocacer) – 90,59
  • 2º lugar: Agropecuária São Gotardo Ltda (Coopadap) – 90
  • 3º lugar: Maria Soraia Guimarães (Expocacer) – 89,18

Reconhecimento e impacto social

Além de premiar os melhores cafés, o evento também celebrou práticas sustentáveis e iniciativas de impacto positivo. O Troféu Atitude Sustentável foi concedido ao produtor Claudio Nasser de Carvalho, da Auma Cafés, pelo projeto LABORATÓRIO VIVO – Ciência e equilíbrio em movimento, em reconhecimento às boas práticas ambientais e de manejo responsável. 

Já o Troféu Escola de Atitude destacou o projeto “Os Encantos da Região do Cerrado Mineiro: Os Sabores, As Riquezas e As Belezas”, desenvolvido pela Escola Municipal Henriqueta Cassimira de Menezes, inscrito pela cooperativa Carpec, por sua contribuição à educação e ao fortalecimento comunitário.

Edição histórica: recorde de inscrições e estreia do novo protocolo internacional

A edição de 2025 também bateu recorde de participação, com 714 amostras inscritas, reflexo do engajamento crescente de cooperativas e produtores com a Denominação de Origem Cerrado Mineiro.

Outro destaque foi a estreia do CVA (Coffee Value Assessment) — novo protocolo de avaliação criado pela Specialty Coffee Association (SCA). Aplicado pela primeira vez no Brasil, o método traz mais precisão, consistência e transparência às análises sensoriais e foi usado na categoria “Doce Cerrado Mineiro”, lançada este ano para valorizar os cafés de perfil mais adocicado.

“A introdução do CVA coloca o Cerrado Mineiro em um novo patamar de referência internacional. Essa inovação reafirma a liderança da nossa região em qualidade, governança e sustentabilidade”, ressalta Gláucio de Castro, presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

Sobre a Região do Cerrado Mineiro

Primeira Denominação de Origem (DO) para café reconhecida no Brasil, a Região do Cerrado Mineiro abrange 55 municípios, cerca de 250 mil hectares cultivados, sendo 100 mil irrigados, e responde por aproximadamente 6 milhões de sacas por safra — o equivalente a 25,4% da produção mineira e 12,7% da produção nacional. A região reúne 4.500 produtores certificados e é referência global em rastreabilidade, governança e sustentabilidade.

O 13º Prêmio Região do Cerrado Mineiro é promovido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, com o apoio do Sebrae Minas, das cooperativas Carmocer, Carpec, Coocacer Araguari, Coopadap, Expocacer e MonteCCer, e das associações ACA, Acarpa, Amoca, Appcer, Assocafé, Assogotardo e GRE Café – Região de Araxá, além do patrocínio das empresas Syngenta, C6 Bank, Sicoob, Pinhalense e Rabobank.

Fonte: Serifa Comunicação

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