Avicultores e suinocultores temem prejuízos com altas nos preços dos insumos

As consequências negativas da pandemia do coronavírus (Covid-19) já estão sendo sentidas por avicultores e suinocultores, que estão sofrendo com a alta nos preços dos principais insumos (milho e soja) para a produção de frangos, suínos. Esse crescimento provocou a reação de diversas associações estaduais e nacionais, como a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves) e a Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases), que pediram a interferência de seus respectivos representantes na bancada federal, em Brasília.

Por sua vez, esses representantes políticos têm questionado esta alta, considerada exacerbada, junto às autoridades pertinentes. Segundo dados levantados pelas duas entidades, durante o último mês de março, o farelo de soja subiu até 39%. Além disso, o milho também apresentou alta decorrente do momento de contingência.

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O diretor-executivo das duas entidades do Espírito Santo, Nélio Hand, enfatiza a preocupação da avicultura e suinocultura neste momento. “O setor produtivo terá enormes problemas decorrentes da Covid-19 e essa alta exagerada no preço desses importantes insumos para a produção nos deixa numa situação mais preocupante ainda. Vemos que não é o momento de oportunismo e especulação, mas sim de consciência de que todos estão passando por um momento crítico. Isso certamente refletirá em prejuízos”, afirma Hand.

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Ele também explica que os setores estão buscando, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mecanismos para subsidiar o abastecimento de insumos neste momento, frente aos altos custos que esses produtos vêm tendo. Além disso, entidades nacionais, como a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), enviaram pedidos endereçados ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, solicitando providências e apoio em relação ao problema.

No âmbito estadual, a Aves e a Ases têm trabalhado junto aos parlamentares capixabas na bancada federal, para que os mesmos reforcem essas necessidades de insumos diretamente com a ministra da Agricultura. O objetivo é que o Governo Federal recomponha os estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e, ao mesmo tempo, analise mecanismos para subsidiar, através de programas de abastecimento, a compra de insumos. 

GOVERNO FEDERAL ATENDE PRIMEIRO PEDIDO – Dentre os pedidos enviados por meio de ofícios de entidades ao Ministério de Agricultura, as solicitações vão desde a redução das taxas de juros, adequação de linhas de crédito para produtores independentes, manutenção do estoque mínimo de milho nas unidades da Conab, até a prorrogação temporária das parcelas das dívidas dos produtores prejudicados em função da pandemia do Covid-19.

Na última quinta-feira (09), esse último pedido recebeu um sinal positivo para ser atendido, após o Conselho Monetário Nacional (CMN) publicar uma Resolução que autoriza a prorrogação do reembolso das operações de crédito rural de custeio e investimento de produtores prejudicados em função da pandemia do Covid-19.

Pela norma, ficou estipulado a prorrogação das dívidas de custeio e investimento, que terão as parcelas vencidas e vincendas, compreendendo o período de 1º de janeiro a 14 de agosto de 2020, adiadas até o dia 15 de agosto de 2020. Dentre os beneficiados pela prorrogação, estão inclusos os produtores rurais, agricultores familiares e suas cooperativas de produção agropecuária, que tiveram sua produção e comercialização afetadas.

O diretor-executivo da Aves e da Ases destaca a importância de um diálogo claro e direto entre o Governo Federal e os setores. “Esse é um momento importante que os setores esperam que ocorram essas ações por parte das autoridades e do Governo Federal para que nós possamos sair lá na frente, depois desse momento da Covid-19, com o mínimo de perdas e de baixas possíveis”, enfatiza Nélio. 

Mesmo com essa primeira movimentação positiva, as entidades seguem trabalhando para minimizar a crise gerada no setor, tendo como meta principal o programa de retenção de matrizes suínas, e a disponibilidade de menores taxas nas linhas de créditos disponibilizadas.

Texto: Juliano Rangel/Aves e Ases

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