Pesquisadores produzem manual técnico sobre moscas-das-frutas

Pesquisadores do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, produziram o conteúdo técnico do “Manual de moscas-das-frutas: medidas para o controle sustentável”, disponibilizado gratuitamente de formas on-line e impressa pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

A publicação reúne informações sobre as espécies de moscas-das-frutas prejudiciais aos citros, suas características, ocorrência, ciclo de vida e sintomas dos ataques, além das principais medidas para o monitoramento e manejo dentro das propriedades visando à manutenção da população em baixos níveis, com redução dos danos causados à produção. O conteúdo técnico da obra foi feito pelos pesquisadores do IB, Adalton Raga e Miguel Francisco de Souza Filho, sob coordenação de Haroldo Xavier Linhares Volpe, da Fundecitrus.

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Segundo Raga, as moscas-das-frutas estão entre as mais importantes pragas de pomares comerciais no mundo. No Brasil, até o momento, duas espécies de moscas-das-frutas da família Tephritidae atacam plantas do cinturão citrícola: Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata. Estima-se que na safra de 2019/20, as moscas-das-frutas e o bicho-furão causaram queda de 4,29% de frutas cítricas no cinturão citrícola, o que representa, aproximadamente, 17 milhões de caixas de laranja. A praga só causou menos prejuízo do que os danos naturais e mecânicos, além do Greening.

“As duas espécies de mosca-das-frutas que ocorrem no cinturão citrícola de São Paulo causam prejuízos dentro e fora da porteira porque são pragas quarentenárias para países importadores de vários continentes e provocam restrição no comércio internacional de frutas frescas. Além disso, mesmo após a colheita, as larvas continuam se desenvolvendo em frutos assintomáticos, os quais são comercializados e, posteriormente, descartados pelo mercado varejista ou pelo consumidor”, afirma o pesquisador.

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De acordo com os autores, o controle biológico de moscas-das-frutas no Estado de São Paulo teve início na primeira metade do século passado, com a tentativa de estabelecimento de uma espécie exótica de parasitoide da mosca-do-mediterrâneo Ceratitis capitata. Ainda nas décadas de 1930 e 1940, a citricultura paulista adotou as iscas tóxicas como ferramenta principal do manejo.

A partir da segunda metade do século passado, iniciou-se o uso de inseticidas em cobertura, especialmente organofosforados. O emprego de inseticidas foi intensificado com a introdução no Brasil de bactérias da CVC e do Greening, cujos insetos vetores exigiram pulverizações em cobertura.

“Recentemente, houve incremento dos danos causados por moscas-das-frutas na citricultura, mesmo nos pomares submetidos a aplicações sucessivas de defensivos visando ao controle de insetos vetores. É reduzido o número de propriedades que realizam o monitoramento e que adotam outros métodos de controle. O sucesso do manejo das moscas-das-frutas está ligado ao manejo ambiental, que depende muito do conhecimento e das ações de manejo além dos limites dos talhões”, afirmam os autores.

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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