BNDES aprova crédito permanente ao setor de bioinsumos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fortaleceu o apoio ao desenvolvimento sustentável no campo. A partir de agora é possível financiar a produção e a comercialização de bioinsumos por meio do BNDES Finem (produto voltado a operações superiores a R$ 20 milhões) e do BNDES Crédito Rural Custeio (acessível a produtores de menor porte, inclusive pessoas físicas). A iniciativa contribui para o meio ambiente ao estimular aproveitamento de resíduos na própria atividade agropecuária. Além disso, reduz a dependência externa de insumos utilizados no campo.

Bioinsumos são produtos, processos ou tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana que contribuem positivamente para a produtividade agropecuária. Como exemplo, podem ser citados os biofertilizantes, que diferentemente dos fertilizantes sintéticos, são gerados a partir de resíduos da atividade agropecuária.

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Com a iniciativa, o BNDES passa a oferecer crédito de maneira estável para bioinsumos, tornando permanente um incentivo que estava disponível desde julho por meio do ABC, Pronaf Custeio e Pronamp Custeio. No caso destes três programas, os financiamentos ficam limitados à execução do orçamento definido anualmente, o que não ocorre com a nova linha, de caráter permanente. Além disso, diferente dos programas citados, no BNDES Finem o apoio não estará restrito aos produtores rurais, incluindo, por exemplo, os segmentos de produção de insumos agropecuários e de processamento agroindustrial.

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O apoio do BNDES está em linha com o Programa Nacional de Bioinsumos, lançado em junho de 2020 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ele tem como objetivo ampliar e fortalecer a utilização dos bioinsumos para promoção do desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira.

Para o diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do banco de fomento, Bruno Aranha, a novidade conjuga benefícios econômicos e ambientais para o país. “O BNDES tem como prioridade estratégica estimular a adoção de práticas cada vez mais sustentáveis no agronegócio brasileiro, o que vai contribuir para mitigar os impactos ambientais e ainda fortalecer nossa competitividade internacional. Foi por esta razão que resolvemos ampliar o escopo de instrumentos de fomento ao uso de bioinsumos agropecuários, reforçando e intensificando o apoio do BNDES ao Plano Nacional de Bioinsumos”, explica.

Além do efeito positivo para o meio ambiente, os bioinsumos podem contribuir para a diminuição da dependência do setor externo no fornecimento de fertilizantes. O Brasil é um dos maiores importadores mundiais de produtos químicos, especialmente fertilizantes e defensivos agrícolas. Em 2020, o déficit total da balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 30,4 bilhões.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o Brasil importou praticamente US$ 7,2 bilhões em intermediários para fertilizantes em 2020 e eles corresponderam a 61,7% das 51,5 milhões de toneladas de compras externas de produtos químicos. Estudo do BNDES, baseado em dados de 2015, indica que resíduos gerados no processo produtivo dos setores sucroalcooleiro, suínos e aves teriam o potencial para fornecer aproximadamente 14% da demanda nacional por fertilizantes à base de nitrogênio, fósforo e potássio.

“Além do impacto socioambiental positivo, estamos falando de um mercado potencial superior a US$ 1 bilhão por ano apenas em relação aos setores sucroalcooleiro, suínos e aves”, complementa Bruno Aranha.

MEIO AMBIENTE E ECONOMIA – Agricultura sustentável é essencial para o desenvolvimento sustentável, uma vez que contribui para a ampliação da segurança alimentar da população ao mesmo tempo em que combate o aquecimento global. Outras ações do BNDES nesse campo são o estímulo a projetos de biogás e de adoção de IoT (internet das coisas) no campo.

O biogás aproveita resíduos (que poderiam poluir o solo) para a geração de energia elétrica ou produção de biometano, utilizável em automóveis. Já o uso de IoT pode ampliar a produtividade por meio do maior controle de lavouras ou rebanhos, evitando o desperdício de recursos naturais. Ela também aumenta a capacidade de rastreabilidade dos animais, dando mais segurança de que eles não são criados em regiões desmatadas.

Fonte: BNDES

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