Brasil deverá colher a segunda maior safra de grãos da história

Foto: iStock

A safra brasileira de grãos no ciclo 2023/24 poderá chegar a uma produção de 317,5 milhões de toneladas, conforme o 1º Levantamento da Safra de Grãos 2023/24, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com essa estimativa, haverá um ligeiro decréscimo em comparação à temporada passada, influenciada pela perspectiva inicial de diminuição na produtividade média, uma vez que há indicativo de leve crescimento na área total semeada, que deverá ultrapassar os 78 milhões de hectares.

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“Ao que as projeções apontam, teremos, pelo menos, a segunda maior safra da história do Brasil. É preciso acompanhar o desenvolvimento das culturas e os ajustes que realizaremos ao longo da temporada, que podem fazer com que a produção desta safra supere inclusive a da safra passada.  No entanto, mesmo que não seja um novo recorde, temos a expectativa de uma boa colheita”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto.

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Entre as principais culturas acompanhadas, o arroz apresenta, inicialmente, estimativa de incremento, tanto na área plantada, quanto na produtividade média, resultando em uma expectativa de produção na ordem de 10,8 milhões de toneladas, o que representa incremento de 7,7% em comparação ao volume colhido na safra 2022/23.

Assim como no caso do arroz, a Conab também prevê uma recuperação de área para o feijão, podendo atingir 2,78 milhões de hectares, somando-se os três períodos de cultivo dentro do ano-safra. O plantio da primeira safra da leguminosa já está em andamento, com 61% da área estimada já semeada no Paraná, 32% em Santa Catarina, 34% no Rio Grande do Sul e 30% em São Paulo, como indicado no Progresso de Safra publicado nesta semana.  A expectativa para a produção total da cultura é de 3,1 milhões de toneladas, crescimento de 0,8% em relação à temporada anterior caso o resultado se confirme ao final dos 3 ciclos.

“Outra boa notícia que este levantamento traz é a recuperação da área cultivada de arroz e de feijão, dois importantes alimentos para os brasileiros. O Governo Federal tem retomado políticas públicas para estimular a produção de alimentos, com anúncios dos planos safras, a retomada das compras públicas e a garantia dos preços mínimos. Essas e outras ações dão sinais positivos para os trabalhadores e trabalhadoras do campo e acreditamos que o resultado que vemos neste anúncio tem relação com isto”, reforça Pretto.

Para a soja, principal grão cultivado no país, as estimativas são de crescimento tanto na área como na produtividade, mas em uma velocidade menor que o registrado no último ano-safra. Com uma área prevista de 45,18 milhões de toneladas e uma produtividade média inicial estimada em 3.586 quilos por hectare, a produção deve alcançar um pouco mais de 162 milhões de toneladas. Se confirmado o resultado, o volume a ser colhido será um novo recorde para a cultura. O plantio da oleaginosa segue um bom ritmo no Paraná, com 20% da área já semeada. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul o percentual de área cultivada atinge 19,1% e 8% respectivamente.

Cenário oposto é previsto para o milho se considerarmos as três safras do grão. As estimativas apontam para uma redução de 4,8% na área plantada, projetada em 21,19 milhões de hectares, e de 4,9% na produtividade média, chegando a 5.636 quilos por hectare. O cultivo do cereal no primeiro ciclo já teve início nos três Estados da região Sul do país. Diante deste panorama, a produção total esperada para o cereal na safra 2023/24 é de 119,4 milhões de toneladas frente às mais de 130 milhões de toneladas colhidas no ciclo passado.

Para o algodão, a primeira previsão indica crescimento de 2,9% na área a ser semeada da fibra, totalizando 1,71 milhão de hectares, e estimativa de uma produção de pluma em 3 milhões de toneladas.

CULTURAS DE INVERNO – Com cerca de 40% das lavouras colhidas, a cultura do trigo apresenta aumento de área na ordem de 12,1% e redução de produtividade de 11,6%, em comparação a 2022,  resultando em produção esperada de 10,5 milhões de toneladas. As condições climáticas registradas nos principais estados produtores tiveram impacto tanto no potencial produtivo, como nos casos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina que registraram períodos com chuvas em excesso e o surgimento de doenças associadas à alta umidade, como no calendário habitual de colheita, caso do Paraná com o clima mais quente que acabou por acelerar o andamento do ciclo.

DESTAQUE – Neste primeiro boletim, a Companhia também irá tratar sobre o estabelecimento de vazio sanitário, medida adotada para algumas culturas que visa manter a sanidade das lavouras, permitindo o alcance máximo do potencial produtivo da planta, mitigando a possibilidade de manter propágulos de patógenos viáveis no campo por meio de hospedeiros temporários.

MERCADO – Com os impactos do clima na produtividade das lavouras de trigo, a Conab ajustou as estimativas de estoques de passagem do cereal neste 1º levantamento para 957,7 mil toneladas.

Já para o arroz, a recuperação produtiva no Brasil na safra 2023/24 e a menor oferta de importantes países exportadores possivelmente resultarão em um volume exportado pelo Brasil em torno de 2 milhões de toneladas, enquanto que no ciclo 2022/23 os embarques estão projetados em 1,8 milhão de toneladas. Mesmo com o possível aumento nas vendas externas, a previsão é que o estoque de passagem de arroz permaneça estável em 1,7 milhão de toneladas ao final de 2024.

No caso da soja, as elevadas exportações brasileiras de 2023 devem se manter em 2024, com o Brasil continuando a ser o maior exportador de soja do mundo. Com a alta demanda e a boa expectativa de produção, os embarques da oleaginosa estão estimados em 102,14 milhões de toneladas em 2024. Por sua vez, o milho apresenta projeção de menor oferta nacional. Diante desse cenário, aliado a um consumo interno com tendência de crescimento, a Companhia estima que 38 milhões de toneladas do cereal sairão do país, sendo este volume 26,9% inferior ao estimado para a safra 2022/23.

Fonte: Conab

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