Como são as boas práticas sustentáveis na pecuária brasileira?
Foto: FIORINI, Flavia B.
Da sua diversidade a população é alimentada, do seu trabalho pessoas ganham suas rendas, do seu pasto animais são cuidados, parte da sua produção é maior do que a quantidade de brasileiros, isso mesmo, existem mais cabeças de gado do que pessoas, de acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal de 2022 (PPM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O ramo pecuário terminou o ano de 2022 com um crescimento de 2,1%, conforme o PPM 2022 e o valor de produção gerado cresceu 17,5% em comparação ao ano anterior, com o valor de R$116,3 bilhões.
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Segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Brasil foi o maior exportador de carne bovina e de frango em 2022, e exportou no total mais de US$ 25 bilhões de carnes. Em relação a 2023, até agosto, o país exportou mais de US$ 15 bilhões para 190 países, com variedades entre suínos, equinos, ovinos e caprinos.
Os principais produtos pecuários são carne bovina e de frango, leite, carne suína e ovos. Em conjunto, eles formam 29,6% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2023, de acordo com o levantamento de agosto.
PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL – O Mapa contribui para o melhoramento da pecuária, aperfeiçoando as práticas pecuaristas e dos pastos, a fim de ter maior qualidade e produtividade, além de tornar o setor mais sustentável. Existem diversas atuações para isso, dentre elas, o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que funcionou entre 2010 e 2020 com o objetivo de reduzir o gás do efeito estufa no campo por meio de práticas e tecnologias sustentáveis. Em 2021 foi lançado o Plano ABC+ que tem a duração até 2030, para tratar com os impactos da mudança climática.
O coordenador de Mudanças Climáticas, Florestas Plantadas e Agropecuária Conservacionista, Adriano Oliveira, apresenta que o Plano ABC reduziu as emissões de gás de efeito estufa perto de de 200 milhões de toneladas de CO2 e para o ABC+ quintuplicou a meta em termos de mitigação de gás de efeito estufa.
Outra maneira de produção sustentável é por intermédio do sistemas integrados, como por exemplo, o sistema lavoura, pecuária e floresta ou agroflorestais. Consiste em incorporar o componente arbóreo no sistema de produção animal, onde irá acontecer a captura de carbono por esse componente arbóreo.
O coordenador de Produção Animal, Bruno Leite, explica que esse sistema permite que as árvores façam sombra para os animais e que isso é “extremamente positivo porque faz com que os animais criados a pasto com o componente arbóreo tenham uma produtividade maior do que aqueles que não estão nesse sistema”.
Além disso, os sistemas agroflorestais ou integrados permitem que o produtor rural diversifique a fonte de renda da sua propriedade, isto é, uma propriedade que era apenas de pecuária, neste sistema integrado passa a ter a renda de outros produtos do agro.
De acordo com Leite, a Secretaria de de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) atua diretamente no fomento à implementação de sistemas integrados ou sistemas agroflorestais, sendo eles metas do plano ABC+.
BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO ANIMAL – Além de fomentar o desenvolvimento sustentável para o setor, o Ministério promove boas práticas para a produção animal, com o objetivo de aumentar a sua eficiência, garantindo um alimento seguro para a população, isto é, um produto livre de resíduos, livre de contaminantes, do ponto de vista do alimento, isso tudo com respeito ao meio ambiente e ao bem-estar animal.
Consiste em conjunto de tecnologias e também promover atividades multissetoriais em saúde única; o bem estar dos animais de produção; planejamento estratégico; preparação e resposta a emergências; vigilância e notificação integrada de contaminantes; doenças e saúde.
A coordenação de Saúde Única e Boas Práticas da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) trabalha na criação e coordenação de diversas ações para a pecuária, dentre elas, atividades de prevenção, controle e erradicação de zoonoses, preparação e resposta à doenças emergenciais zoonóticas nas cadeias de produção animal. Eles também promovem a institucionalização e a implementação da saúde única com mecanismos de governança que considerem as interações entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental.
Consiste em planos, programas, projetos, estudos, ações e atividades afetos à promoção de boas práticas na produção, saúde e bem-estar dos animais de produção animal; vigilância em saúde dos animais silvestres; resistência antimicrobiana; segurança dos alimentos e contaminantes ambientais; e coordenar a integração efetiva do Serviço Veterinário oficial com demais serviços na execução de ações sob a abordagem de saúde única.
A coordenadora de Saúde Única e Boas Práticas, Valéria Homem, destaca que o Mapa publicou em 2008 a Instrução Normativa Nº 56 que traz as Recomendações de Boas Práticas de bem-estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico (Rebem). “A instrução abrange os sistemas de produção e transporte, vigentes até o momento para serem seguidas por todos os atores das distintas cadeias produtivas animais”, diz ela.
Em relação à suinocultura, a coordenadora ainda ressalta que a SDA, publicou a Instrução Normativa Nº113/2020 que estabelece as boas práticas e bem-estar animal dos suínos de criação comercial.
Além destas, o Mapa publicou diversas medidas de proteção aos animais ao longo dos anos, clique aqui e confira a legislação.
Fonte: Mapa
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