Tratoraço reúne mais de dois mil veículos contra taxação do ICMS
Um tratoraço realizado na manhã de ontem (14), na Avenida Coronel Marcondes, em Presidente Prudente (SP), contou com a participação de mais de dois mil veículos, segundo organizadores, desde tratores, carros particulares, carroças, viaturas de cooperativas e das usinas canavieiras, caminhões frigoríficos, carros de comerciantes e da indústria, entre outros.
A manifestação é contra a decisão do governador do Estado de São Paulo, João Dória, de elevar a taxação de impostos referentes ao ICMS sobre diesel, etanol, carnes, pão, carros usados. Mesmo o governador tendo se comprometido, na semana passada, após o primeiro tratoraço, a voltar atrás nessa decisão, o movimento foi mantido.
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Entretanto, segundo o economista Afonso Neves Baptista, um dos líderes do movimento, que também é produtor e pecuarista naquela região, o governador não cumpriu com a sua promessa, obrigando a sociedade civil unida, mais uma vez, ir à ruas, e se posicionar, sobre o que considera uma iniciativa abusiva de Dória, que “deseja transferir para a sociedade civil, uma conta que não é dela”.
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Neves Baptista conta que a decisão de realizarem esse segundo tratoraço partiu exclusivamente da iniciativa privada, sem a participação de nenhum político, de nenhum partido, e que reuniu empresários da região, responsáveis por revendas de carros, garagens, concessionárias, produtores rurais, agricultores, pecuaristas, comerciantes, industriais, prestadores de serviço, representantes de frigoríficos e das usinas sucroalcooleiras, além de simpatizantes da sociedade em geral. “Todos estão de acordo quanto a não ser justo pagar uma conta que não foram eles que fizeram”, disse.
O economista Afonso Neves Baptista diz que acha correto que todos os cidadãos – empregados e empresários – devam pagar seu quinhão de impostos, porém, ele explica que esses aumentos que o governador está querendo empurrar “goela abaixo da sociedade, vai incidir sobre insumos das produções agropecuárias e, fatalmente, irão incidir sobre a mesa dos trabalhadores. Vamos ter que repassá-los, os custos irão aumentar, a inflação automaticamente, senão for maquiada, vai aumentar e o desemprego também vai aumentar”, explica. Para ele, é como se fosse um jogo de dominó, onde se a primeira pedra for atingida e cair, todas as demais cairão umas sobre as outras.
Afonso Neves Baptista ressalva que “governar não é aumentar imposto, mas, sim, diminuir o tamanho da máquina e administrar melhor os recursos que a população paga”. Segundo ele, quem pagará essa conta é quem já está pagando, ou seja, os consumidores e contribuintes.
Para ele, a solução encontrada pelo governador João Dória não poderia ter vindo num momento mais infeliz, pois a sociedade chora seus mais de 200 mil mortos pela Covid-19, muitas famílias perderam empregos ou seus próprios negócios, e agora ainda se vê às voltas com uma carga de impostos pesada, justamente na cadeia alimentar, que é a mais pesada para as famílias paulistas.
Ele lembra que o funcionalismo em momento algum teve redução de salário, ao contrário, prefeitos, vereadores e, inclusive, o governador tiveram aumento, que vai vigorar a partir de 2022. “Portanto, só quem está pagando a conta é a sociedade. Eles querem aumentar a tributação na revenda de carros usados em 207%; diesel entre 10 a 15%; remédios e genéricos de 10 a 15%; pão, carnes, frangos e suínos, de 10% e 40%; e já está promulgado pelo governador o aumento do licenciamento de veículos”, pontuou.
O especialista disse ainda que a sociedade brasileira, em geral, e especialmente a mais vulnerável, está desempregada e faminta. “Ninguém sabe o caos que está para acontecer no Brasil. E nós, empresários, produtores pecuaristas e representantes da sociedade civil, não podemos deixar que isso aconteça, de braços cruzados. Por isso, fomos e iremos às ruas, quantas vezes forem necessárias, até que o governador caia em si e volte atrás nas suas decisões tão abusivas. A sociedade paulista que elegeu Dória cobra dele as promessas de campanha, e não havia nenhuma de aumento de carga tributária”, finalizou.
Fonte: TaxiBlue
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