Startup lança o “Mercado Livre” da pecuária de corte

Ex-aluno da Esalq cria a Central do Boi, plataforma gratuita com foco no gado de corte para anunciar, comprar e vender

Uma plataforma de comercialização de bovinos em um ambiente seguro, transparente e de fácil acesso está no ar há pouco mais de um mês, e promete popularizar o mercado digital da pecuária brasileira.

Formatado na EsalqTec Incubadora Tecnológica, a Central do Boi é uma plataforma com foco no gado de corte de reposição e permite ao usuário anunciar, comprar e vender terneiros, novilhos, vaca de invernar, machos e fêmeas pela internet, de forma prática, segura e gratuita. Em outras palavras, é como se fosse o “Mercado Livre” em que todos podem ser comerciantes, compradores e anunciantes ao mesmo tempo. Porém, com a aplicação de ferramentas necessárias para gerar informação e negociações seguras. O projeto, que vinha sendo desenvolvido há quatro anos, teve um empurrãozinho da pandemia com o crescimento da preferência pelo digital.

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O fundador da empresa e idealizador do projeto, Matheus Scalco Mallmann, explica que a proposta é oferecer ao produtor e ao corretor de gado a possibilidade de expansão dos negócios, mantendo a comercialização direta entre as partes. “Há uma dinâmica própria nesse setor, ainda tem muito olho no olho e acordos fechados no ‘fio do bigode’. A Central do Boi não tem a pretensão de substituir isso, mas possibilitar melhores negócios, com diminuição de custos, mais segurança e menos riscos. Estamos realmente propondo uma transformação no mercado digital da pecuária”, garante.

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Entre o público-alvo estão os corretores de gado que, em sua maioria, atuam informalmente e não são institucionalizados. “Hoje qualquer pessoa pode ser corretora e a concorrência é enorme. Oferecemos que ele se diferencie dos demais profissionais da área, a nossa proposta é justamente qualificar esses usuários / intermediários, que são responsáveis por grande parte das negociações e da liquidez da atividade pecuária. Afinal, um dos grandes atrativos do setor é justamente a liquidez e quem possibilita isso é o corretor”, complementa Matheus.

“Tem muita gente tentando vender ou comprar por aplicativo de mensagem ou rede social, mas é comum haver mistura dos lotes e o envio de coisas erradas, além disso o celular fica cheio de vídeos de gado e está feita a confusão”, compara Bruno Scalco, responsável pelo marketing. “A Central do Boi oferece toda uma infraestrutura, a dinâmica foi bem pensada e a tecnologia permite isso. A vontade de negociar on line está crescendo, estudos e pesquisas apontam que o produtor rural entra na internet pelo menos uma vez por semana, o mercado é promissor”.

COMO FUNCIONA – As fotos ou vídeos dos lotes ofertados vêm acompanhados de informações como raça, peso e preço sugerido. Os interessados em vender ou comprar fazem o cadastro no site de forma simples. Havendo interesse em algum lote, as duas partes devem negociar entre si, e a Central do Boi auxilia quando solicitada, sem cobrança de comissão. Em breve entrarão no ar funcionalidades como pagamento via plataforma e sistema de avaliação. “Assim como o passageiro dá nota para o transporte por aplicativo depois de utilizá-lo, nossos produtores, corretores e usuários avaliarão a transação e se o combinado foi cumprido. Ser bem-conceituado oferece segurança a todos os interessados para as próximas compras”, compara Matheus.

De olho no mercado – outra ferramenta de segurança oferecida é a atualização constante, no site, de informações do mercado e indicadores, como preço do boi gordo, oferta e demanda de abates. “Uma das grandes inseguranças do produtor é não saber se está recebendo ou pagando o valor que o gado realmente vale. Ao estar bem informado, ele passa a ter tranquilidade de que está fazendo o melhor negócio”, esclarece Matheus.

A startup de marketplace na pecuária forjada na Esalq

A ideia da Central do Boi surgiu durante especialização em Pecuária de Corte na USP/Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), em Piracicaba (SP), um importante polo de tecnologia agrícola do país. O projeto começou a tomar forma na incubadora EsalqTec, o braço tecnológico da Universidade de São Paulo (USP). “Trabalhando em uma consultoria, conheci fazendas no Brasil inteiro e vi que a comercialização impacta muito no planejamento. Me chamou muito a atenção que, dependendo da habilidade comercial, o produtor tem um resultado bom ou não. Ele sabe produzir bem o animal, mas nem sempre sabe vender. Então pesquisei fontes, meios de comercialização em diversos países, vi que é um problema importante, mas que tem um potencial muito grande para melhorar”, recorda.

A paixão de Matheus pela pecuária vem da infância, na fazenda do avô em Nova Santa Rita, a 30 quilômetros de Porto Alegre. “Eu achava que ia crescer e trabalhar lá. Eles venderam a fazenda, mas, antes ainda, meu pai sofreu um calote. Foi a primeira vez que eu tive contato com um dos problemas da comercialização. Por isso o nosso empenho, temos como proposta que as pessoas possam comercializar sem medo”, finaliza.

Fonte: AgroUrbano

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